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  04/03/2015 

Stress e doença mental no trabalho (2): Transtorno mental pode ser causado por ambiente de trabalho

São Paulo – Um estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) mostrou de que forma os transtornos mentais podem estar ligados a pressões impostas no ambiente de trabalho. Esta é a terceira razão de afastamento de trabalhadores pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
 
O coordenador da pesquisa, o médico do trabalho João Silvestre da Silva-Júnior, trabalha como perito da Previdência Social há seis anos e, tendo observado a grande ocorrência de afastamentos por causas ligadas ao comportamento, decidiu investigar o que tem provocado distúrbios psicológicos.
 
O cientista notou que a violência no trabalho ocorre pela humilhação, perseguição, além de agressões físicas e verbais e listou quatro razões principais que prejudicam a saúde mental no ambiente corporativo.
 
A primeira delas é a alta demanda de trabalho. “As pessoas têm baixo controle sob o seu ritmo de trabalho; elas são solicitadas a várias e complexas tarefas”, disse o pesquisador. O outro aspecto são os relacionamentos interpessoais ruins, tanto verticais (com os chefes), quanto horizontais (entre os próprios colegas).
 
A terceira razão é o desequilíbrio entre esforço e recompensa. “Você se dedica ao trabalho, mas não tem uma recompensa adequada à dedicação. A gente não fala só de dinheiro. Às vezes, um reconhecimento, um elogio ao que você está desempenhando”, explica Silvestre. O último aspecto citado pelo pesquisador é a dedicação excessiva ao trabalho, que também pode afetar a saúde mental.
 
A pesquisa coletou dados na unidade de maior volume de atendimentos do INSS da capital paulista, a Glicério. Foram ouvidas 160 pessoas com algum tipo de transtorno mental. Silvestre informa que, entre as pessoas que pediram o auxílio doença nos últimos quatro anos, uma média de 10% apresentava algum tipo de transtorno.
 
Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social de 2011, mais de 211 mil pessoas foram afastadas em razão de transtornos mentais, gerando um gasto de R$ 213 milhões em pagamentos de benefícios. “Quando você entende o que gera os afastamentos, você pode estabelecer medidas para evitar os gastos”, disse. As doenças mentais só perderam, naquele ano, para afastamentos por sequelas de causas externas, como acidentes, e por doenças ortopédicas.
 
Em São Paulo, a pesquisa constatou a alta presença de trabalhadores do setor de serviços, como operadores de teleatendimento, profissionais da limpeza e da saúde com doenças mentais. “Mas essa variável do tipo de trabalho não se apresentou significativa no nosso estudo. Ela não apareceu como algo que influencia o aparecimento do transtorno mental incapacitante”, relata.
 
A pesquisa apontou que o perfil predominante entre os afastamentos foi o feminino e alta escolaridade (mais de 11 anos de estudo). Mas Silvestre alerta para uma distorção, porque as mulheres têm maior cuidado com a saúde, o que aumenta a presença feminina nas estatísticas.
 
“O sexo feminino apresentar uma maior possibilidade de transtorno mental está relacionado às mulheres terem facilidade em relatar queixas. Reconhece-se que as mulheres procuram os médicos com mais facilidade, elas têm uma maior preocupação com a saúde do que os homens”, contou. De acordo com o cientista, os homens demoram a ir ao médico e, quando vão, encontram-se em situação mais grave.
 
O fator escolaridade, segundo o estudo, pode afetar a percepção da existência das doenças. A maioria dos afastamentos ocorre com indivíduos de alta escolaridade, pois eles são mais esclarecidos. “As pessoas conseguem ter uma maior percepção de que o ambiente de trabalho está sendo opressor. Quando ela percebe que ali é um local ruim de trabalhar, ela vem a adoecer, a ter o distúrbio psicológico e termina se afastando”, disse.
 
Para melhorar o clima no trabalho e prevenir doenças, Silvestre recomenda que os profissionais ligados à saúde e segurança do trabalho das empresas tenham consciência sobre onde estão os fatores de risco. Ele sugere também uma melhora da fiscalização por parte dos ministérios do Trabalho e da Saúde.
Fonte: Revista Época
Link: http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/pesquisa-aponta-causas-dos-transtornos-mentais-provocados-pe
Última atualização: 04/03/2015 às 15:14:01
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Comentários

Enviado por Marcos Antonio. em 04/03/2015 às 16:28:37
O Tema apresentado por vocês é oportuno e acrescentaria ainda dentre tantos aspectos abordados, por exemplo, um outro fato somatório a tudo isso, ou seja, também por NÃO TERMOS (DESDE JÁ UM CERTO TEMPO) SISTEMAS INFORMÁTICOS ADEQUADOS as atuais exigências concorrenciais, e diante das muitas metas a serem atingidas ficamos constantemente muitíssimos stressados em perdermos muito tempo aguardando as voltas e interrupções com as quedas constantes dos nossos Sistemas de Computadores, como se não bastassem os demais fatores problemáticos geradores de mais stresses e em específico no nosso mundo cheio de modernismos competitivos. Por outro lado, se tiramos umas férias; sentimos que não conseguimos relaxar adequadamente por causa justamente da impregnação stressante já encravada em nossas rotinas e chega a ser muito difícil fazermos o devido desligamento temporário necessário de tais correrias. Por cima de tudo isto, ainda existem alguns que dizem não saberem o que conversamos tanto durante uma Reunião de Conselheiros Representantes, por exemplo! Ora, ora! Precisamos entender minha gente quanta complexidade e tais problemas transtornantes são acontecidos no meio trabalhista não são fáceis de serem resolvidos. Razão pela qual, por vezes; ficamos atônitos quando regressamos de nossas cansativas reuniões e nos perguntam secamente..: O QUE FOI QUE VOCÊS RESOLVERAM? Assim, pura e simplesmente..., de fato..., não tem sido possível respondermos em apenas duas palavrinhas acerca das essências tratadas em exaustivos 2 ou 3 dias de debates diversos, e..., como vemos..., somente um Tema como este: “Stress” tem sido por demais complexo para chegarmos a um denominador comum, ok? Contudo é importantíssimo continuarmos debatendo com profissionalismo. Saudações, E um forte abraço! Repres. PB.
Enviado por Marcos Antonio. em 04/03/2015 às 16:08:35
O trabalho lá bem no princípio era de forma artesanal e chegava mesmo até ser prazeroso, porém, com a ganância advinda da competição capitalista, ou seja, fazer mais com menos custo e com mais rapidez e daí instalou-se a agonia stressante da competitividade e, mais adiante já em nossos dias para se bater metas sobre metas. Saudações, Repres.PB.
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