A despeito de um ano em que a economia do Brasil andou de lado, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anuncia um lucro líquido de R$ 747,4 milhões e um resultado operacional de R$ 1,13 bilhão em 2014. Trata-se de um crescimento de 107% e 105%, respectivamente, frente a 2013. Os dados foram apresentados ontem pelo presidente do BNB, Nelson Antonio de Souza, como o melhor resultado financeiro da história do banco, desde a sua fundação, em 1952.
Conforme Nelson, o cumprimento à risca do planejamento estratégico e o maior rigor na concessão de crédito contribuiram definitivamente para os resultados do ano passado. “Além disso, recuperamos créditos que não foram pagos. Recuperamos R$ 2,411 bilhões em 2014”, afirmou o presidente.
Para 2015, ele disse que o objetivo do BNB é avançar no crédito de longo prazo, mas também ocupar espaço no de curto prazo, utilizando-se da carteira comercial e parcerias com entidades como o Sebrae, federações de lojistas e de indústrias.
“O Banco do Nordeste, vocês podem ter certeza, vai incomodar muito a concorrência. Está só começando”, desafiou o presidente, ressaltando que a instituição vem em política austera há dois anos e meio. “O Banco do Nordeste talvez seja uma das empresas mais saneadas no Governo Federal”.
Mesmo com as taxas de juros mais altas, Nelson destaca que o banco continua oferecendo crédito com taxas menores, como é o caso do Crediamigoo, com 0,96%. “É solidário, tem uma metodologias de sucesso mundial”.
Do total contratado pelo Banco em 2014 (R$ 25,3 bilhões), R$ 13,4 bilhões foram do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Cerca de 469 mil operações no âmbito da agricultura familiar e na implantação foram realizadas.
No Ceará
No Ceará, foram aplicados R$ 4,5 bilhões, em 1,4 milhão de operações. Em recursos do FNE, foi destinado R$ 1,7 bilhão, por meio de 66 mil operações de crédito.
Marcílio Moraes, superintendente estadual do Ceará em exercício, ressaltou a maior capilaridade do BNB no Estado, já que houve um acréscimo de 14% em número de operações.
Conversas com Levy
Questionado se continuaria à frente do BNB, Nelson de Souza afirmou ter conversado algumas vezes com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mas não há definição sobre a diretoria do banco.
“O trabalho que vem sendo feito no Banco do Nordeste tem sido reconhecido pela equipe econômica. Com relação a ficar, eu sou um (homem) de missão. Eu e toda a diretoria temos todo apoio dos ministérios. Agora sabemos que não está definido com com relação à diretoria do banco. O que nos foi pedido é que nós continuemos trabalhando. Não posso ainda dizer se eu ficou ou não”.
NÚMEROS
4,5 bi de reais
foi o aporte financeiro emprestado em operações no Ceará
25,3 bi de reais
foi o valor contratado no Banco do Nordeste no ano de 2014
Bate-pronto
O POVO - Como BNB conseguiu um resultado histórico com uma economia quase estagnada?
Nelson de Souza - Nós fizemos um planejamento estratégico e capacitamos muito os nossos funcionários. Eles se esforçaram muito.
OP - Como está o projeto do BNBpar?
Nelson de Souza - O projeto está pronto, mas ainda não conversei com a equipe econômica sobre isso, mas é um desejo que temos.
Nelson Antonio de Souza, presidente do BNB
Saiba mais
Menos inadimplência
Outro dado informado no balanço do BNB foi a redução da inadimplência de 4% em 2013 para 2,9% em 2014.
Agroamigo
O BNB afirmou que o Agroamigo tornou-se o maior programa de microfinança rural da América Latina, com crescimento de 22,3% em 2014 frente ao ano anterior, superando o volume global de R$ 1,5 bilhão aplicados em mais de 406 mil operações. No Ceará, aplicou R$ 204 milhões, por meio de mais de 54,6 mil operações.
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