O começo de 2015 registrou aumento nas passagens de ônibus e metrô em sete capitais brasileiras. Em São Paulo, as tarifas foram de R$ 3,00 para R$ 3,50 no último dia 6. No Rio de Janeiro, o aumento foi de R$ 0,40, de R$ 3,00 para R$ 3,40.
Em SP, a Prefeitura argumenta que a minoria da população sofrerá com o reajusta, já que a modalidade do bilhete único mensal não sofrerá alteração e que agora estudantes carentes não pagarão tarifa.
Em nota, o MPL é categórico: “O direito de se locomover não deve ter preço. Transporte não é mercadoria!”. A militante do MPL Luíze Tavares ainda argumenta que esses benefícios são limitados e não atingem todos os usuários do transporte público.
“O Passe Livre estudantil, por exemplo, vai ser limitado a 48 viagens. Ou seja, o estudante só vai poder ir e voltar da escola com ele. Educação não se limita a isso! E os estudantes que não trabalham se estourarem o limite das viagens vão ter que pagar o valor integral? Um estudo da SPTrans apontou que 51% das usuários não dispõem de gratuidade ou usam os bilhetes temporais”, explicou a militante, contrapondo as informações da Prefeitura de que apenas 8% dos usuários seriam afetados pelo aumento.
De volta às ruas. E a PM também
Estopim dos protestos que levaram milhões às ruas em 2013, o aumento das passagens já está mobilizando movimentos e dezenas de protestos já estão marcados por todo o país. Na capital paulista, o MPL já conta com mais de 45 mil pessoas confirmadas no Facebook para sua mobilização marcada para amanhã (9), a partir das 17 horas, no centro da capital.
A violência policial, tão marcada em vários protestos de 2013 e contra a Copa do Mundo no ao passado, também está na pauta dos movimentos. A PM de São Paulo já prometeu que irá cercar os manifestantes durante todo o trajeto. A corporação, inclusive, procurou “uma liderança” do movimento para fazer uma reunião antes do protesto, hipótese que foi rechaçada pelo MPL.
“Primeiro que a organização é horizontal. Então isso já inviabilizaria a reunião. Depois que o nosso contato com a PM é básico: nós avisamos no dia do ato qual será o trajeto e o que vamos fazer. Nós não teríamos nenhum benefício com essa reunião prévia”, disse Luíze.
Luta permanente
Na última segunda-feira (5) o Passe Livre realizou uma aula pública no Vale do Anhangabaú para explicar o motivo da luta pela gratuidade no transporte público. Estava presente o ex-secretário de transportes na Prefeitura de Luiza Erundina, Lúcio Gregori, que elaborou um projeto de passe livre no início da década de 1990, além de moradores do extremo sul de São Paulo.
“O centro da luta contra a tarifa será nas periferias. Enquanto tiver gente na rua o MPL estará junto. Além dos R$ 0,50 tem mais R$ 3,00 para lutarmos”, explicou Luíze.
Pelo Brasil
Protestos contra o aumento da passagem em Salvador e Joinville (SC) aconteceram na última quarta-feira (7).
Nesta sexta, além da capital paulista, movimentos se convocaram passeatas no Rio de Janeiro (17h na Cinelândia); Belo Horizonte (17h na Praça Sete de Setembro); e no Recife (7h30 em frente a sede do Consórcio Grande Recife).
Em Florianópolis a mobilização será na próxima terça (13) no Terminal de Integração do Centro à partir das 17 horas.
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