O bancário sabe. Muitas vezes, a chegada à agência bancária é sinônimo de medo e desestímulo. Além da insegurança, o pânico é gerado pelo assédio moral. A cobrança por produtividade é excessiva e gera uma competitividade exagerada.
O ambiente de trabalho passa a não ser saudável. Os gestores, que também são pressionados pela direção dos bancos, muitas vezes passam das medidas. Há casos em que funcionários são diariamente humilhados, ofendidos e, até mesmo, xingados. O resultado, claro, são problemas de saúde.
De acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho), os bancários são os que mais sofrem com o assédio moral. Em 2013, por exemplo, foram mais de 3,6 mil casos registrados. A cada três denúncias, uma é da categoria.
Longe do trabalho
O assédio moral é um das principais causas do alto índice de adoecimento e, por consequência, do afastamento de bancário. Os dados do Ministério da Previdência Social não são nada animadores. O número de empregados afastados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aumentou.
No total, 5.042 bancários tiveram de ficar longe das atividades laborais em decorrência de transtornos mentais e de comportamento. Outros 4.588 pediram licença por conta de doenças do sistema osteomuscular (LER-Dort).
Mas, a luta contra a prática nociva continua. A CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), firmada este ano, inclui mecanismos importantes de combate ao assédio. É válido lembrar que o empregado não pode deixar de denunciar.
Recolher provas e juntar testemunhas também são fundamentais. No Sindicato dos Bancários da Bahia, o Departamento Jurídico está à disposição para esclarecimentos e, se for o caso, tomar medidas judiciais.
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