Milhares de manifestantes tomaram as ruas de mais de 70 cidades do México para cobrar do governo explicações sobre os 43 estudantes que desapareceram desde o dia 26 de setembro deste ano. O ato ocorreu nesta segunda-feira (1), em meio à crise política que registrou a mais baixa popularidade do atual presidente do país, Enrique Peña Nieto.
A imprensa mexicana divulgou pesquisas que mostram a queda da popularidade de Peña Nieto entre agosto e o fim de novembro: 46% a 39%, segundo o jornal Reforma, e de 46% a 41%, de acordo com o jornal El Universal.
Este é o menor índice de popularidade de um presidente mexicano desde os anos 90, durante o mandato de Ernesto Zedillo (1994-2000), quando o país enfrentava os efeitos de uma crise econômica conhecida como 'Efeito Tequila'.
Durante a manifestação de ontem, foram diversos os pedidos, entre eles, para que Peña Nieto renuncie.
A mobilização se encerrou quando um grupo de pessoas encapuzadas iniciou a depredação de lojas e agências bancárias. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Como resultado, três pessoas foram detidas.
Para o próximo sábado (6), está prevista outra grande marcha, quando se pretende realizar a “tomada simbólica” da Cidade do México, capital do país.
Na última semana, o mandatário anunciou uma reforma que prevê o fim das polícias locais como medida para combater o crime organizado e a violência no país.
Entenda o caso
No dia 26 de setembro deste ano, um grupo de estudantes da escola do Magistério de Ayotzinapa, cidade rural de Guerrero, se apoderaram de vários ônibus para viajar à vizinha Iguala, onde arrecadariam fundos para seus estudos.
A polícia de Iguala, com o apoio de pistoleiros de um cartel local, agiu contra o grupo, deixando seis mortos, 25 feridos e 43 estudantes de magistério desaparecidos.
As autoridades prenderam 34 pessoas relacionadas com a matança dos alunos: 26 são policiais municipais e quatro estão vinculadas ao cartel Guerreros Unidos.