Quilombo
Que todos fizeram com todos os santos zelando
Quilombo
Que todos regaram com todas as águas do pranto
Quilombo
Que todos tiveram de tombar amando e lutando
Quilombo
Que todos nós ainda hoje desejamos tanto
Existiu
Um eldorado negro no Brasil
Existiu
Viveu, lutou, tombou, morreu, de novo ressurgiu
Ressurgiu
Pavão de tantas cores, carnaval do sonho meu
Renasceu
Quilombo, agora, sim, você e eu
(Gilberto Gil)
Hoje, 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra, instituída oficialmente pela lei federal 12.519/11, como forma de homenagear a resistência do negro à escravidão, personificada na figura de Zumbi dos Palmares - líder da resistência do povo negro a quem o dia também é dedicado - e de alertar para a necessidade de justiça e resgate histórico/social com os povos africanos, trazidos para o Brasil de forma compulsória e escravizados, e também aos afrodescendentes.
A história não pode ser apagada e nem deve ser esquecida! Deve permanecer viva para que absurdos desta natureza não se repitam. A escravidão, sem dúvida, foi um marco lamentável da história. Pior é saber que o trabalho escravo ou em condições subumanas e análogas à escravidão continua de outras formas na contemporaneidade – e deve ser combatido por todos nós, todo dia e toda hora!
Não há dúvidas de que houve avanços nas políticas sociais afirmativas voltadas à redução das desigualdades raciais. No entanto, as medidas ainda não compensam o prejuízo moral, social e econômico, resultante do processo histórico da escravidão e da construção ideológica decorrente disso.
A luta contra o racismo – e todas as formas de preconceito – deve ser diária, cultural, e começa em cada um de nós. Da medida simples de rechaçar e não reproduzir “piadas” racistas a formas mais complexas, como cobrar políticas públicas que possibilitem igualdade de oportunidades para os negros, excluídos e marginalizados durante anos, de forma que possam exercer plenamente suas potencialidades.
Neste dia de comemoração, mas também de memória e muita luta, a AFBNB manifesta e incorpora à sua ação a defesa da mudança de paradigmas e de cultura necessários à superação dessa praga social que se chama preconceito.
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