Uma marca na trajetória da Associação dos funcionários do BNB (AFBNB) é a luta pelo fortalecimento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) como condição importante para a redução das desigualdades regionais. Infelizmente, de vez em quando o Banco ganha repercussão nacional por motivos nem de longe satisfatórios: ameaças de incorporação a outros bancos, compartilhamento da sua principal fonte de recursos ( FNE), denúncias de irregularidades operacionais, pagamento de multas por práticas de assédio moral ou algo do tipo – por exemplo, coisas que podem gerar instabilidade na instituição e abalar seus funcionários.
Sempre que ocorre situação dessa natureza a AFBNB prontamente se manifesta e cobra dos responsáveis as devidas explicações para que assim não pairem quaisquer dúvidas, bem como as medidas necessárias para reverter a situação conforme o caso. E não poderia ser diferente haja vista a razão de existir da entidade: fortalecimento do BNB e defesa dos trabalhadores do Banco.
Recentemente a Associação divulgou matéria na qual expôs a sua preocupação com o teor do PLS (projeto de Lei no senado) 273/2010, de autoria do Senador José Bezerra (DEM-RN), com parecer substitutivo favorável do relator, Senador Aloysio Nunes, (PSDB-SP), o qual tem como pano de fundo a retirada da autonomia do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) quanto à operacionalização dos recursos do fundo constitucional de financiamento do Nordeste (FNE). O projeto encontra-se na Comissão de Assuntos Estratégicos do Senado Federal (CAE), cujo presidente, senador Lindbergh Farias (PT - RJ), foi contatado pela AFBNB com pedido de reunião para tratar do assunto. (Relembre aqui). A AFBNB está atenta porque a qualquer momento o PLS pode ser votado e se isso ocorrer, dependendo do resultado, pode ser catastrófico para o BNB e para a própria região onde o Banco atua, pela leitura da Associação, haja vista um flanco desfavorável à Instituição que pode se cristalizar.
Com o intuito de tratar da questão foi feita solicitação de reunião junto à Presidência da República e ao Conselho de Administração do BNB. Estamos aguardando retorno.
As medidas que representam risco em potencial ao BNB preocupam, isoladamente, e sobretudo quando analisadas dentro de um contexto maior, de ataques constantes e cíclicos à instituição. Por exemplo, em setembro último a AFBNB encaminhou ofício à diretoria do Banco e ao seu Conselho de Administração pedindo informações acerca da medida que altera a composição acionária da Instituição. Até o momento nenhuma das instâncias se manifestou, o que deveria ter sido feito em nome das boas práticas de gestão que devem balizar as instituições públicas.
A preocupação da AFBNB sobre a medida acima citada se aplica, principalmente, pela necessidade de transparência quanto aos riscos aos quais o BNB possa estar submetido e quanto às estratégias aí embutidas pelo governo federal ao realizar tal procedimento. Relembre aqui.
A Associação já afirmou publicamente o seu entendimento em várias oportunidades – inclusive por documentos encaminhados aos parlamentares e ao governo federal – de que o fortalecimento das instituições regionais (em todos os seus aspectos, inclusive trabalhistas) e o recorte regional nas políticas públicas federais são condições elementares sem as quais não é possível se falar em política de desenvolvimento regional. Nesse sentido, reforça essa bandeira de luta e reitera a necessidade da soma de esforços e da mobilização permanente dos trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil, das entidades sindicais e das organizações sociais, particularmente as que militam na Região Nordeste e nas áreas de atuação do FNE em Minas Gerais e no Espírito Santo.
|
13/11/2014
