O Banco do Nordeste tem experimentado, ao longo de sua trajetória (62 anos), conquistas relevantes para a promoção do desenvolvimento regional. Tem vivido, também, momentos de tensão corporativa em sua caminhada.
Esses momentos, que representam pontos de inflexão estratégica, são motivados, por demandas de seu ambiente externo, em constante mudança, e outro tanto originados da visão de seus líderes.
Em todos o BNB desenvolveu respostas constituídas por ações administrativas para enfrentar ameaças reais à sua existência. Complementarmente, tem buscado explorar oportunidades operativas capazes de deter o avanço dessas ameaças, de forma que o Banco se legitime institucionalmente, como ferramenta do Governo Federal em suas políticas voltadas para o Nordeste, e se apresente à sociedade, como uma empresa eficiente, flexível e capaz de contribuir para que os agentes produtivos da região exerçam seu papel com o apoio da Instituição.
Enfim, em cada momento, o BNB tem desenvolvido ações que o tornam indispensável à sociedade nordestina.
E o que dizer do papel do Banco no atual momento histórico-político liderado pelo presidente Nelson de Souza, quando novos governantes estão sendo eleitos? Qual seria o atual (ou atuais) desafio(s) estratégico(s) do Banco e como poderia enfrentá-lo(s) dessa vez, sob um cenário completamente diferente daqueles do passado?
Pessoalmente, vejo que um dos grandes desafios atuais que se apresenta ao Banco seria o imperativo de formatar ações customizadas direcionadas a cada um dos nove governos estaduais da região, tendo em vista as especificidades dos problemas enfrentados por cada um dos estados do Nordeste.
O fato de não ter, em minha opinião, uma presença diferenciada em cada estado parece sugerir um vácuo na ação institucional do BNB, pois sabe-se que as diferenças entre essas unidades da federação são bem particulares, que requerem ações diferenciadas, em muitos casos, por parte de todos os órgãos do Governo Federal.
Os Estados do Piauí e Maranhão, ao meu sentir tem carências bem mais agudas do que Pernambuco, Bahia e Ceará.
Isto posto, parece-me que, após as definições eleitorais de 26 de outubro em todos os Estados, com novos governantes em cena ou com pelo menos novos períodos de governo para os candidatos que forem reeleitos para o cargo de governador, e ainda sob novo cenário político-institucional em termos de Brasil, seria importante o BNB liderar um planejamento estratégico com os novos governadores eleitos, através da realização de seminários em cada um dos Estados, colher sugestões dos governos que serviriam de base para um vigoroso programa de ações específicas voltadas pontualmente para os Estados, sem prejuízo, no que for apropriado, da continuidade das ações atuais da Instituição.
Isto no tocante à transversalidade dessas ações com os novos eixos de atuação, definidos sob esse novo ponto de inflexão estratégica da Instituição.
Seria uma forma de mostrar um novo posicionamento estratégico da atual diretoria em favor do desenvolvimento regional, estreitando a colaboração entre o BNB, os governos estaduais, as universidades e os setores produtivos.
Arnaldo Santos
Sociólogo
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20/10/2014
