Os bancários devem ligar o sinal de alerta para os dois projetos em disputa no segundo turno da eleição presidencial, sobretudo os mais jovens. Uma conversa franca com o colega com mais tempo de casa pode ajudar a desvendar o passado desconhecido, embora os números já mostrem a história.
Entre 1995 e 2003, os salários dos bancários foram achatados em 8,6%. A situação para os funcionários dos bancos públicos foi ainda mais sombria. No BB, a perda real foi de 36,3% e na Caixa, 40%.
Nos anos seguintes a 2003, a situação mudou. Entre 2004 e 2014, os empregados dos privados acumularam ganhos reais, ou seja, acima da inflação, de 20,7%. Nos públicos, os aumentos reais somaram 21,3%.
O avanço só foi possível porque, a partir da eleição de Lula, em 2003, os movimentos sindicais puderam sentar à mesa para negociar, fato que não acontecia no governo de Fernando Henrique Cardoso. A decisão vinha de cima para baixo e ponto.
Grande parte dos trabalhadores, sobretudo os que ocupam as agências da rede oficial, não sabe das dificuldades do arrocho salarial, até porque não tinha nem chances de entrar para a categoria bancária, achatada nos anos 1990.
Em 2001, o BB tinha 78.100 funcionários. O número pulou para 111.547 em 2014. O movimento é o mesmo na Caixa, que saiu de 55.394 empregados em 2002 para 100 mil neste ano.
O crescimento só foi possível graças à realização dos concursos públicos, uma marca dos governos Lula e Dilma. Entre 1995 e 2002, foram contratados 51.613 trabalhadores por meio de concurso público. Entre 2003 e 2010 foram 155.534, mais do que o triplo do governo de FHC.
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