A decisão pela greve dos trabalhadores bancários havia sido tomada nas assembleias realizadas na semana passada e ratificadas ontem (dia 29), diante do não avanço nas propostas dos representantes dos bancos.
Certamente, se fosse pelos motivos existentes, a categoria bancária viveria em greve. Afinal, ano após ano vem acumulando perdas, as mais variadas: perdas financeiras, com salários defasados que nem de longe acompanham o percentual de crescimento dos bancos; perdas humanas – com assaltos e atos de violência cada vez mais graves e até fatais; perda da saúde, seja ela física ou mental em virtude do cotidiano estressante e das metas cada vez mais mirabolantes a que estão submetidos; perdas e mais perdas....
O que não se pode perder nunca é a capacidade de se indignar diante das injustiças. Essa virtude, a contragosto dos patrões, os trabalhadores mantêm viva. As greves com adesões maciças desde o início, nos últimos anos, mostram isso. Infelizmente a força da greve não tem conquistado tudo aquilo que poderia, a exemplo de bandeiras que se arrastam em mesas permanentes e que vão muito além dos indicadores econômicos.
A greve é importante, legítima e fundamental. Mas ela por si só não basta. É preciso participar das assembleias, estar junto da AFBNB e do sindicato de sua base, cobrar dos seus representantes na mesa de negociação atitude alinhada ao que a base espera e pelo que ela luta.
Hoje (30 de setembro) é o primeiro dia da greve e desde já não podemos perder de vista o que nos move. A AFBNB, como sempre, está atenta, solidária aos trabalhadores e disposta a enfrentar os desafios já postos e os que virão. Afinal, só a luta muda a vida!
- Ajude a AFBNB a construir o quadro da greve: informe-nos pelo email comunicacao@afbnb.com.br se sua agência aderiu ao movimento paredista.
Confira a pauta da reivindicações da categoria:
-
Pauta de reivindicações dos Sindicatos do Maranhão, Rio Grande do Norte e Bauru
- Reajuste salarial de 35%;
- Reposição das perdas salariais acumuladas;
-Contratação de mais bancários;
- Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no percentual de 25% do lucro líquido, distribuídos linearmente;
- Isonomia de direitos.
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
-Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros. Cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências. Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
-Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
-
Pauta de reivindicações dos sindicatos da Contraf
- Reajuste salarial de 12,5%;
- Piso: R$ 2979,25 (salário mínimo do Dieese);
- 14º salário;
- PLR: três salários mais R$ 6.247
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: no valor de R$ 724 cada (salário mínimo)
- Fim das metas abusivas e assédio moral;
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;
- Igualdade de oportunidades para todos;
- Fim das demissões, ampliação das contratações, combate àsa terceirizações e precarização das condições de trabalho, adoção da Convenção 158 da OIT que proíbe dispensas imotivadas;
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Medidas de segurança como dois vigilantes durante o expediente, portas giratórias com detector de metais desde as áreas de autoatendimento, fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Pauta geral:
- Combate à terceirização em pauta no Congresso Nacional e no STF;
- Reforma tributária;
- Pauta da classe trabalhadora: fim do fator previdenciário; saúde, educação e transporte públicos; qualidade de vida;
- Conferência Nacional do Sistema Financeiro
- Democratização dos meios de comunicação;
- Reforma política
-
Pauta de reivindicações dos sindicatos da Contec
- Reajuste salarial: INPC + 5% de ganho real
- Piso do Dieese
- PLR: 15% do lucro líquido do exercício de 2014, garantindo-se, no mínimo, 3 (três) remunerações brutas, mais verbas fixas de natureza salarial, reajustadas em setembro/2014, acrescido do valor fixo de R$ 6.944,00
- Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: no valor de R$ 724 cada (salário mínimo)
|