A terceira rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), iniciada nesta quarta-feira (03/09), em São Paulo, terminou novamente sem avanços. Na mesa, terceirização e garantia de emprego.
As discussões continuam nesta quarta-feira (04/09), quando entra em pauta também remuneração - PCCS (Plano de Cargos e Salários) e valorização do piso. Presente nos debates, o presidente da Federação da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, aponta que mais uma vez a Fenaban demonstra não querer negociar efetivamente. "Precisamos intensificar as mobilizações para termos uma campanha salarial vitoriosa", conclui.
A preocupação tem fundamento. Nos últimos anos, os bancos têm ampliado a política de precarização. Entre as medidas, a intensificação do serviço terceirizado, quando o trabalhador fica totalmente desprotegido, sem qualquer um dos direitos previstos na convenção coletiva da categoria. Os dados mostram.
Entre 1999 e 2013, as empresas aumentaram em 319% as despesas com funcionários terceirizados, segundo Relatório Social da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos). Os números, no entanto, sem bem superiores, se considerados os diversos tipos de correspondentes bancários, como farmácias, supermercados e lotéricas.
Não é só isso. O setor que mais lucra no país, em 2013 foi quase R$ 60 bilhões, é também o que mais demite. No mesmo período, os bancos privados fecharam 18.023 postos de trabalho enquanto o Brasil gerou 1,75 milhão de empregos formais, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego. Um terror.
|