Restaurantes lotados, filas para os cinemas, aumento do número de shoppings, grifes internacionais famosas chegando ao Nordeste. O cenário é de uma economia que atingiu quase o pleno emprego e que demorou muito para superar a depressão provocada por décadas de inflação.
Por mais que os problemas devam ser reconhecidos, a reversão de expectativas sobre o Brasil pode ser um dos maiores problemas para o seu crescimento. O País demorou muito para se reconhecer como possível, passando pela euforia do consumo com estabilidade de preços, inclusão social e otimismo quanto ao futuro. O clima de esperança parece que está acabando.
Os indicadores mostram que não está mais sendo possível gerar o mesmo volume de empregos e os investimentos estão minguando, mas é preciso não desistir. Os brasileiros já mostraram que sabem reagir em momentos de crise e que são criativos nas soluções, usando ferramentas como o parcelamento de preços e nisso o crédito é muito importante.
Essa semana, durante encontro de mulheres na Edisca, tivemos a oportunidade de ouvir depoimento de adolescentes que diziam o seguinte: “Nunca pensei que eu, uma pessoa de Fortaleza, do Ceará, uma pessoa minúscula, conseguiria”. Essas meninas se referiam às oportunidades que estavam tendo para estudar, conhecer novos lugares e até virar celebridade em suas comunidades.
A receita para a superação era dada sem nenhuma cerimônia pelas professoras da Edisca: “Temos que ser sujeitos de nossas vidas”. A frase funcionava quase como um mantra para ajudar as crianças pobres a superar as dificuldades.
O mesmo ocorre na economia: num momento de desencanto com a política, muita gente tem procurado ser sujeito de suas vidas e tem ampliado seus negócios, investindo e empregando mais gente, mesmo se considerando minúsculo.
Quer saber? Nem todo mundo tem dado certo, mas muitos que arriscaram e não ficaram paralisados apontando culpados estão conseguindo se sobressair. Enquanto isso, vários analistas, e até professores catedráticos, lamentam as misérias, ao que parece, tomando vinho importado em suas casas bem confortáveis e escrevendo para jornais de todo o Brasil.
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