Nesta quarta-feira (20), o vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) foi tomado pelo vermelho e branco das bandeiras do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Cerca de 12 mil pessoas se concentraram no local para uma assembleia solidária ao movimento que vem sendo, segundo os sem-teto, criminalizado por parte da mídia e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
A principal acusação feita contra o movimento é a de que o MTST estaria "furando a fila" daqueles que já aguardavam por moradia há mais tempo que os sem-teto. "Setores da mídia e o Ministério Público estão dizendo que o MTST fura fila. Cada trabalhador que está aqui sabe o quanto esperou nessa fila. Todo mundo sabe que na política de habitação desse país existem privilegiados, mas que, infelizmente, não são os movimentos sociais. Esses privilegiados são as empreiteiras", disse Guilherme Boulos, líder do MTST.
Após as falas de sindicalistas, professores, políticos e de representantes do Judiciário, o MTST saiu em passeata, com um caminhão de som, pelas ruas de São Paulo com destino à sede do MP-SP, onde protocolou seis denúncias de especulação imobiliária. O MTST afirma que enquanto os movimentos sociais acessaram apenas 2% dos recursos públicos destinados ao programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) as empreiteiras levaram mais de 98% dos recursos do programa.
A candidata à presidência da República pelo PSOL, Luciana Genro, disse que crime é entregar às empreiteiras a política habitacional de um país. "Permitir que elas façam o que bem entender pela nossa cidade, levando a uma exclusão cada vez maior, enquanto o governo se omite ao permitir que as empreiteiras digam onde os pobres têm o direito de morar.”
A reportagem acompanhou o ato que seguiu pacífico pela rua da Consolação e pelo viaduto do Chá até chegar à sede do MP-SP. Nenhum incidente foi registrado até o fechamento desta matéria.
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