Com grande impacto nos resultados financeiros do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) no ano passado e este ano também, as ações de recuperação de crédito somam cerca de R$ 1 bilhão em renegociação este ano. A meta é recuperar R$ 2,5 bilhões, superando o ano passado que alcançou R$ 2,4 bilhões em renegociações.
Para realizar este trabalho, o banco conta com os instrumentos legais, como a Lei 12.844, que tem validade até 31 de dezembro de 2015; as resoluções da estiagem e as 4314 e 4315 do Conselho Monetário Nacional (CMN), em vigor até o fim de 2014.
“Hoje toda operação com 120 dias de atraso, automaticamente, vai para a cobrança judicial”, ressalta o gerente do Ambiente de Recuperação de Crédito do BNB, Nicola Moreira Miccione, destacando que a primeira via utilizada é a administrativa. Mas se não houver sucesso, vai para a execução.
De janeiro a julho deste ano, o BNB executou cerca de 10 mil operações com atraso. Até o fim de 2014, deve executar mais seis mil contratos. Nicola diz que não dá para afirmar quanto do total desses contratos foram recuperados.
Na última quarta-feira, durante a divulgação do balanço financeiro, o presidente Nelson Antônio de Souza, destacou a redução em quase 50% da necessidade de provisionamento, de R$ 789,9 milhões no primeiro semestre de 2013 para R$ 395,8 milhões no mesmo período de 2014.
Resoluções
O BNB iniciou em março deste ano a aplicação da resolução 4314, do CMN, destinada ao público urbano dos setores do comércio, indústria e serviços que tem financiamento através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O banco tem cerca de 20 mil contratos enquadráveis que podem ser beneficiados com o pagamento da dívida sem os encargos de inadimplência e renegociação pelo prazo de até 10 anos. Os empresários têm até o final deste ano para renegociar seus débitos nessas condições consideradas mais vantajosas.
O gerente de recuperação informa que ainda são poucas as negociações totalmente concluídas pela 4314, mas somam até o momento cerca de R$ 150 milhões. O financiamento do Hotel Esplanada foi renegociado por esta resolução recuperando aproximadamente R$ 70 milhões. A dívida era de R$ 80 milhões. “É importante que os devedores não deixem para a última hora e procurem logo as agências para ver o enquadramento ou outra proposta em tempo hábil”, ressalta.
Para atender ao público rural o CMN, foi criada a resolução 4315, que oferece condições de renegociação semelhantes. Podem ser beneficiados 440 mil contratos.
A Lei 12.844 beneficia produtores rurais com empreendimentos na área de atuação da Sudene, de locais onde foi decretado estado de emergência, com desconto de até 85%. Nesse grupo, enquadram-se em torno de 500 mil operações. Miccione diz que, utilizando vários instrumentos legais no meio rural, o banco já recuperou R$ 2,8 bilhões nos últimos três anos.
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18/08/2014
