Saiu na Imprensa

Já se passou um mês de campanha eleitoral. Significa que foi consumido 1/3 do tempo total dedicado à apresentação de propostas pelos candidatos que disputam as eleições proporcionais e majoritárias. Tanto nas eleições locais quanto na nacional, predomina o vácuo de ideias e conceitos. Nesse vácuo, encontra-se o Nordeste, espaço geográfico que concentra os piores índices sociais do País. Por suas características, a Região demanda uma política econômica diferenciada. E é nesse ponto que os candidatos a presidente da República, sem exceção, ainda não conseguiram sair do lugar comum.

 

A última vez que o Brasil abordou pelo viés correto a problemática nordestina foi na década de 50. Na época, uma política voltada para o desenvolvimento da Região criou mecanismos como a Sudene e o Banco do Nordeste. De lá para cá, todos os governantes do Brasil trataram de desmontar o espírito daquele projeto, que pensava um País mais equilibrado do ponto de vista econômico e social. Hoje, as políticas para a Região não estão integradas a um conceito de planejamento. Os projetos, que se arrastam há anos, como a transposição de bacias hidrográficas e a Transnordestina, não estão inseridos em um plano com começo, meio e fins muito bem estabelecidos.

 

E é o compromisso com essa integração, com o planejamento, que devemos exigir dos candidatos a presidente. É imperioso que essas grandes obras (e outras que certamente virão) se integrem a um projeto de Nordeste que contemple todas as áreas de desenvolvimento, incluindo a educação.

 

Nesse ponto, o que fazer com a Sudene que hoje é apenas um espectro do que já representou para a Região? Para a situação em que hoje a instituição se encontra, os antagônicos PSDB e PT se irmanaram. E o velho Dnocs, uma das mais antigas instituições federais? O órgão padece da falta de verbas e da politicagem. E o Banco do Nordeste, que há anos vive uma luta sem trégua para não ter seus recursos minguados pela Fazenda Nacional? Em suma, os candidatos a presidente precisam ter uma posição clara e inequívoca sobre a questão nordestina.