Fale Conosco       Acesse seu E-mail
 
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras


Notícias

  16/07/2014 

Cúpula dos BRICS: AFBNB participa de debate dos movimentos sociais

O diretor Assis Araújo e o presidente do Conselho Fiscal da AFBNB, Henrique Moreira, participaram ontem da programação do “Diálogos sobre Desenvolvimento: o Brics na perspectiva dos povos” – evento paralelo à Cúpula dos BRICS que aconteceu em Fortaleza (CE), nos dias 15 e 16 de julho.

Pela manhã, os diretores participaram do painel “BRICS, Desenvolvimento e Conflitos: Defensores de Direitos Humanos na Linha de Frente”, que debateu a criminalização dos Movimentos Sociais em diversos países, com ênfase para a forma como o Brasil vem tratando os trabalhadores quando estes se organizam por seus direitos. Dirigentes sindicais, como representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e do Sindicato da Construção Civil do Ceará, compartilharam suas experiências, bem como comunidades que lutam contra a especulação imobiliária no litoral cearense e contra o agronegócio. Em todos os casos, a força da união e da coragem, e a solidariedade dos demais trabalhadores, têm feito com que a luta se renove a cada dia.

À tarde, o painel “Combater a desigualdade - Prosperidade partilhada em países emergentes” trouxe experiências da Coreia do Sul, China e Brasil na redução das desigualdades, ainda em alto grau nesses países. Políticas de aumento na renda do trabalhador, com o ganho real do salário mínimo, por exemplo, foram citadas como de maior impacto para a superação das desigualdades do que políticas de transferência direta de renda, também eficazes mas em menor escala. A programação continua hoje.

ENTREVISTA

Durante o encontro a AFBNB conversou com o Candidato do PSTU à presidência da República José Maria de Almeida, oportunidade onde falou sobre os Brics e suas ideias para a política nacional acompanhe:

AFBNB - Chefes de estado dos países que formam o BRICs e de outros países estão reunidos em Fortaleza para discutir a criação de um novo banco, que pode ser uma novidade interessante, mas pode ser o mais do mesmo. Às vezes é difícil acreditar que será muito diferente porque nasce dentro do mesmo modelo, que é excludente por si só, que é o capitalismo. Você enquanto candidato à presidência, o que tem a comentar sobre isso, sobre essa proposta do Banco.
 
- Zé Maria – a primeira coisa que é importante registrar em relação a essa discussão é que se os dirigentes dos países que compõem os Brics quisessem de fato uma mudança na sua relação com o sistema financeiro internacional, com as grandes multinacionais, no controle que exercem sobre nossos países os chamados países industrializados do Norte, eles deveriam começar por uma lição básica de casa que é suspender o pagamento da dívida externa e da dívida interna. O principal elemento de sangria dos nossos países pelo sistema financeiro internacional é a dívida pública. O Brasil gasta quase um trilhão de reais por ano, 40% do seu orçamento alimentando o lucro do sistema financeiro todo ano. Então, fazer mais um ano que eles mesmos dizem que vai ser complementar ao banco mundial ou ao papel que o FMI cumpre não vai resolver problema de ninguém. Vai seguir ajudando e alimentando o sistema financeiro internacional que é quem vai acabar gerindo esses recursos. Então desde esse ponto de vista o encontro dos Brics aqui não anúncia uma mudança no sentido de libertar nosso país do controle do imperialismo, pelo contrário, aprofunda essa situação na medida que os governos não têm  disposição de romper politicamente com esse controle, se libertar dos acordos comerciais, econômicos e militares que existem.
 
AFBNB – Fala-se muito do crescimento econômico nesses países do Brics, no Brasil, mas parecem se esquecer das questões internas, das desigualdades de renda, de oportunidades, entre as regiões, por exemplo. Como superar isso? Qual a tua proposta em relação à redução das desigualdades?
 
Zé Maria – O Brasil é um país muito rico. É a quinta ou sexta economia do planeta. Este país tem plenas condições de prover tudo aquilo que a população brasileira precisa, esteja ela em qual região do país estiver, para que as pessoas possam ter uma vida digna. Isso não é feito por uma orientação de política econômica e de modelo econômico que se aplica no país que privilegia os interesses dos bancos e das grandes empresas. Então quais mudanças são necessárias? Em primeiro lugar, é preciso suspender o pagamento da dívida, colocar sob o controle do estado o sistema financeiro, os bancos tem que servir para financiar a produção de alimentos,  construção de hospitais, escolas e obras de infraestrutura que sejam necessárias para a população, por exemplo aqui no Nordeste, ao invés da transposição do Rio São Francisco porque não construir milhares de cisternas no interior dos estados? Em primeiro lugar isso: acabar como controle que os bancos têm sobre a sociedade. Em segundo, é preciso recuperar o controle do patrimônio, ou seja, parar o processo de privatização e reestatizar aquilo que foi privatizado, seja na área do Petróleo, seja na área da mineração, da siderurgia, da produção e distribuição da energia elétrica, o país precisa recuperar o controle sobre isso para pensar o planejamento estratégico para o desenvolvimento do país que atenda aos interesses da população. Em terceiro lugar, acabar com o privilégio das grandes empresas. É preciso atacar o lucro, atacar os privilégios que essas empresas têm, acabando com os subsídios fiscais que são repassados a elas, porque é recurso público que faz falta para outra coisa e por outro lado aumentando os salários e ampliando os direitos da classe trabalhadora. O país precisa, portanto, assumir o controle sobre os recursos quer tem. Em quarto lugar, as terras. É preciso retirar do controle do agronegócio as terras próprias para a agricultura do país e destinar essas terras à produção de alimentos, estabelecendo um plano nacional de produção agrícola que respeite as desigualdades que existem entre regiões, clima, qualidade da terra, água. Para cada uma das regiões é possível determinado tipo de cultura que se tiver financiamento, apoio técnico e tecnológico do estado é perfeitamente possível o agricultor do sul, do sudeste, do nordeste, do norte, produzir alimentos e extrair de sua relação com a terra condições para ter uma vida digna com sua família. Bom, essas são as quatro medidas fundamentais que nós precisamos tomar para que se criem as condições para atender as necessidades da população e a partir disso é preciso que o governo organize ou reorganize a estrutura econômica, social e política levando em conta os interesses da população. Levar em conta os interesses da população. Tem que levar em conta as situações diferenciadas das regiões. O que não pode ser é que as situações diferenciadas das regiões levem a situações diferenciadas na vida das pessoas. O país pode distribuir a riqueza que ele tem de forma a garantir vida digna pra todos.
 

 

Fonte: AFBNB
Última atualização: 17/07/2014 às 17:45:51
Versão para impressão Diminuir tamanho das letras Voltar Página inicial Aumentar tamanho das letras

Comente esta notícia

Nome:
Nome é necessário.
E-mail:
E-mail é necessário.E-mail inválido.
Comentário:
Comentário é necessário.Máximo de 500 caracteres.
código captcha

Código necessário.
 

Comentários

Seja o primeiro a comentar.
Basta preencher o formulário acima.

Rua Nossa Senhora dos Remédios, 85
Benfica • Fortaleza/CE CEP • 60.020-120

www.igenio.com.br