Durante reunião realizada na tarde de quarta-feira (7) em Fortaleza (CE) com a comissão de negociação, o presidente interino do BNB anunciou o pagamento da participação nos lucros e resultados (PLR) aos trabalhadores. Segundo as informações da comissão que negocia com o Banco, o valor a ser pago é de R$ 20,9 milhões, a título de complementação aos 70% que já havia sido antecipado após a campanha salarial/greve de 2013, perfazendo um montante de R$ 54,6 milhões, cujo crédito na conta dos funcionários será efetuado o mais breve possível, sem, no entanto, precisar a data, embora tenha demandado que fosse até sexta-feira (9). Outras informações dão conta do abono da paralisação do dia 02 de maio, em cujas unidades o movimento se deu por 24 horas, e do reembolso do adiantamento de 2011, que seria iniciado agora no mês de maio, para janeiro de 2015.
É importante salientar que a decisão ocorre após o Banco ter postergado o pagamento durante algum tempo, não se sabe por qual motivo, e sem qualquer justificativa plausível, haja vista constar de acordo coletivo assinado com as entidades sindicais, o qual estabelece que o pagamento da verba deva ser efetuado após a realização da Assembleia Geral Ordinário (AGO) e a consequente “distribuição” dos dividendos aos acionistas, o que já havia sido concretizado.
A AFBNB chama a atenção para o fato de que com o pagamento da PLR alusivo ao exercício de 2013 o assunto não seja considerado caso encerrado. Isto porque algumas questões merecem ser postas:
1. O BNB anunciou um mecanismo de realinhamento do balanço de 2012 que elevou o lucro líquido de R$ 508,5 milhões para 820 milhões, medida que criou grande expectativa nos funcionários. Como se sabe a verba para a PLR é atribuída a partir desse resultado, sendo que a “boa nova” foi anunciada com bastante regozijo e loas aos autores do feito, sem qualquer autorização do governo federal como ficou evidenciado. Pelo menos é o que foi afirmado nos últimos dias, sem, no entanto, ter sido posto qualquer pronunciamento oficial do Banco neste sentido.
2. O redimensionamento do balanço do exercício de 2012 , que gerou o incremento no lucro líquido do Banco, proporcionou a “distribuição” dos dividendos aos acionistas sob essa lógica, segundo consta de um informe após negociação com o Banco (29/4), o que não foi observado para o pagamento da PLR aos trabalhadores, referente a esse período.
3. A falta de informações precisas; os funcionários ficaram intranquilos, sem saber a quem recorrer. É preciso que o Banco tenha preocupação com esse aspecto, sob pena de continuar jogando no descrédito a sua imagem e o próprio processo de negociação. Portanto, urge proceder com transparência, lisura, precisão e sem evasivas.
A AFBNB fundamenta que, se o lucro liquido do Banco no exercício de 2012, após o realinhamento, ficou na ordem de RS820 milhões, que é o que de fato foi gerado pelos trabalhadores, o pagamento da PLR deve ser aplicado sob esse montante, não sob os R$505 milhões como fora praticado na época. Logo, não resta dúvida de que há um déficit do BNB em relação aos seus funcionários, e que precisa ser reparado. Nesse sentido a Associação enfatiza que como não houve cumprimento integral do estabelecido no acordo coletivo nesse aspecto, afirma que buscará um parecer jurídico para analisar a viabilidade e enquadramento de uma ação na Justiça do Trabalho. Em caso positivo, não abrirá mão de adotar esse procedimento.
Por fim, a Associação parabeniza os funcionários do Banco pela disposição de luta demonstrada, destacando que esta foi fundamental para o desfecho do caso, ao tempo que os conclama a manterem o estado de mobilização a fim de cobrar o conjunto das pendências que tem sido negado ao longo de anos como dignidade previdenciária, de saúde, isonomia de tratamento, revisão do PCR, fim do trabalho gratuito, por exemplo. A luta pela PLR representa apenas os “vinte centavos” em relação ao conjunto das demandas dos trabalhadores do BNB.
A AFBNB ao lado dos trabalhadores.
Gestão Autonomia e Luta.Luta dos trabalhadores garante pagamento da PLR no BNB
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