 Quando parece que o enredo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no BNB não pode piorar, piora! Primeiro, informações desencontradas, expectativa em torno da data do crédito. Depois, questionamentos – pasmem! – quanto à existência ou não de crédito, uma vez que pelos resultados do ano 2013 os funcionários teriam de devolver parte do que foi adiantado após a greve. O problema agora é a diferença no tratamento dado ao funcionário e aos acionistas.
Como explicar que estes tenham recebido os dividendos a partir do ajuste do balanço de 2012 (que elevou o lucro líquido de R$505 milhões para R$820 milhões, conforme consta balanço disponível no site do Banco) enquanto àqueles – verdadeiros responsáveis pelos resultados positivos, mesmo trabalhando em condições inadequadas – tenham sido negado o direito (PLR)?
Ou o incremento no lucro líquido do Banco após o ajuste no balanço vale para todos, ou se alguém tem de ser penalizado que não seja o trabalhador! A PLR é uma conquista das lutas e é o resultado do trabalho dos funcionários. Enquanto isso, os lucros do Banco registram aumentos que nada mais são que o resultado do esforço dos seus funcionários dia-a-dia pressionados por metas, mesmo sem as devidas condições, principalmente nas agências.
Fato como esse nos leva a questionar quais foram os critérios adotados pela revista Gestão RH, de São Paulo, ao reconhecer o BNB como uma das “100 Melhores Empresas em Cidadania Organizacional”, conforme divulgado no Notícias do BNB nº 3, de março deste ano... Certamente não levaram em conta as inúmeras pendências que se acumulam e para as quais não tem sido dada resposta satisfatória: isonomia de tratamento, dignidade previdenciária e de saúde, trabalho gratuito, entre outras.
A Associação acredita que o pagamento da PLR há de vir da luta dos trabalhadores e não por dádiva do patrão, haja vista ser uma questão de direito. Nesse sentido, se soma aos sindicatos e convida a todos os funcionários que se engajam nas mobilizações que estão sendo chamadas para o próximo dia 2 de maio.
A AFBNB ratifica o entendimento de que o BNB - enquanto vetor de desenvolvimento de uma região - precisa ser reconhecido pelas instâncias do Governo Federal, assim como os trabalhadores precisam ser valorizados e respeitados em seus esforços e conquistas. Esse reconhecimento externo se dá, por exemplo, com o aporte de capital à instituição; com seriedade e critérios técnicos prevalecendo sobre as conveniências quando da indicação da alta administração; com a diversificação dos recursos; com tratamento isonômico em relação aos demais bancos públicos – sim, porque parece que só o BNB tem de pedir a benção ao Dest para tudo, pelo menos é a justificativa do Banco quando se trata de questões de interesse do conjunto dos funcionários! Afinal, o Banco podia ser avaliado pelo Governo Federal pelo critério de desenvolvimento enquanto uma instituição que opera com políticas públicas na redução das desigualdades - com alcance de resultados em longo prazo - e não sob o critério comercial como vem sendo feito.
A AFBNB sai mais uma vez em apoio aos trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil e mais uma vez cobra a agilização do pagamento da PLR aos mesmos, que não mais suportam "aguardar com tranquilidade". A Associação se põe na trincheira de luta e conclama a todos para estarem vigilantes para que essa batalha possa resultar em justiça para os que verdadeiramente constroem um BNB mais forte.
AFBNB ao lado do trabalhador! Gestão autonomia e luta!
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30/04/2014
