Carrasco ou líder estratégico de um grupo político? Byron Queiroz certamente foi uma das figuras mais controversas que passou pela história do Banco do Nordeste. Com um estilo radical de agir, implantou com mão forte os projetos de reestruturação do BNB, que teve na época mudança até da sua marca (virou BN, simplesmente Banco do Nordeste).
O objetivo era alcançar a qualquer custo as metas traçadas pelo Governo Federal: uma interiorização mais forte e aplicar todo o rigor contábil para o lançamento de eurobônus (emissão de títulos no exterior). Era um período de privatizações e em que se falava de estado mínimo, como uma política necessária para conseguir eficiência.
Vale ressaltar que as decisões implantadas por Byron tiveram apoio do ministro da Fazenda, Pedro Malan, e que ele não estava sozinho na aplicação dos projetos para o Banco. No peso de cada decisão, tinha uma ideologia que fundamentava os aspectos técnicos. Talvez por essa razão houvesse tamanha dureza nas ações.
Com o passar do tempo, tem ficado mais claro as lições dos erros. Vários já podem ser identificados; um deles, por exemplo, é o custo pessoal das decisões tomadas. O rigor das metas provocou dramas que ultrapassaram as fronteiras do Banco e ajudaram a desestabilizar toda a proposta de tornar o BN, atualmente BNB, mais eficiente. Afinal, resultados não passam apenas pelo que é apresentado no final dos balanços, mas pelo que fica para a sociedade.
Depois de toda uma “era Byron” e de seus sucessores (de Roberto Smtih a Ary Joel), a grande revelação que fica é de como o Banco do Nordeste precisa de modelos novos para cumprir a sua principal missão: gerar desenvolvimento no Nordeste. Falta uma visão estratégica para os estados e forças que possam moderar a postura dos grupos políticos dominantes, sem travar a operacionalização do Banco.
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08/04/2014
