Foi com surpresa que a AFBNB recebeu, por meio da imprensa, a notícia da exoneração do presidente do BNB, Ary Joel Lanzarin, um ano e 10 meses após sua posse. Segundo as matérias, a exoneração teria sido a pedido do próprio, motivada por questões pessoais.
Independente dos motivos da saída e sem entrar no mérito quanto à gestão do presidente em questão - o que já explicitamos inúmeras vezes nas cobranças e posicionamentos públicos da AFBNB - a saída do presidente expõe um problema grave, o qual já alertamos há muito tempo: o tratamento dispensado ao BNB pelo Governo Federal.
Por mais de uma vez viemos a público afirmar: o BNB não é moeda de troca! É, sim, agente de desenvolvimento da região. Mais uma vez a Associação defende e cobra das instâncias superiores essa consciência. O Banco não pode ser presidido por qualquer um, escolhido por meio da troca de favores ou da barganha política do "quem dá mais".
O cargo máximo desta que é a maior instituição de desenvolvimento da região deve ser ocupado - bem como os demais da alta administração - por pessoas que correspondam a um perfil que defendemos para os gestores. E não dizemos isso de agora. Desde 2006 apresentamos à classe política brasileira um documento no qual a entidade apresentava características essenciais a quem fosse presidir o BNB. Em 2010, durante a campanha para as eleições presidenciais, tal posicionamento foi reiterado, o qual consta abaixo:
1. Reputação ilibada, tradição de seriedade e honestidade no trato e na gestão de assuntos públicos ou privados.
2. Competência e experiência técnica e na gestão pública ou empresarial (privada), de preferência na área financeira e de crédito para desenvolvimento; conhecimento técnico sobre o BNB.
3. Conhecimento das questões econômicas e sociais do Nordeste, do Brasil e do mundo.
4. Competência para transitar no universo político e empresarial, no País e, em especial, no Nordeste.
5. Tradição de gestão transparente, ética, democrática e participativa, com respeito às pessoas e à dignidade do trabalho e do trabalhador.
6. Capacidade de diálogo com as diferentes forças atuantes na região e respeito ao contraditório, peculiar da relação capital e trabalho, bem como da diversidade de pensamento.
7. Sensibilidade para lidar com pessoas e com os conflitos entre estas.
8. Firmeza e autonomia para decisões em casos de atitudes improbas e de má gestão por parte de gestores, do ponto de vista operacional e/ou de Recursos Humanos.
9. Autonomia e isenção perante setores partidários e interferências políticas.
10. Reconhecida capacidade de abertura para o diálogo e interação com os funcionários.
Para a AFBNB, a nomeação de um novo presidente é oportunidade para que o Governo Federal, enfim, trate o BNB com o respeito que merece, dando oportunidade para que a instituição resgate sua credibilidade e volte a estar na vanguarda do desenvolvimento regional. Além disso, que valorize efetivamente seus trabalhadores porque são eles que no dia a dia fazem o trabalho acontecer, com dedicação, esforço e responsabilidade.
A Diretoria da AFBNB
Gestão Autonomia e Luta
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