Sabe aquela história de dar um passo a frente e dois atrás? Do ponto de vista estratégico, na perspectiva da superação de dificuldades de rumos, isso é aceitável e até mesmo necessário. Agora, o que não se pode admitir é quando se dá em ritmo de retrocesso. De forma simplista e resumida, é isso que vem acontecendo no Banco do Nordeste do Brasil quando o assunto é concorrência.
As críticas e cobranças sempre foram muitas quanto à forma nada objetiva e transparente com que os processos internos (concorrências, transferências, promoções, comissionamentos) se davam – e continuam se dando – no BNB. A resposta do Banco saiu atrasada e ainda bem aquém do que a AFBNB e os trabalhadores esperam e preconizam: o chamado banco de sucessão.
A AFBNB já se posicionou a respeito (relembre matéria aqui). E é justamente a repercussão da mensagem, por meio dos comentários e questionamentos de funcionários do banco, que leva a Associação a trazer novamente o assunto à pauta do dia.
O que se observa a partir dos resultados do banco de sucessão é uma pseudotransparência, que proporciona a candidatos uma pseudopossibilidade de concorrerem em condições de igualdade. No final, o instrumento “banco de sucessão”, ao que parece, tem servido para legitimar processos previamente estabelecidos – como bem disse uma funcionária em um dos comentários enviados à Associação.
Um exemplo concreto aconteceu em processo recente de concorrência para área de Auditoria. Segundo relatos que chegaram à AFBNB, antes mesmo do resultado oficial, ou seja, sem a conclusão, foram aprovados 15 candidatos cujos atos de posse já haviam sido expedidos. Entre os não aprovados, estavam pessoas que tiveram pontuação maior do que a de alguns contemplados. Sem desmerecer os que foram aprovados, cabe o questionamento ao modelo praticado pelo Banco. “Quem vai auditar isto?”, sinalizou uma funcionária indignada com uma concorrência nesse formato na própria auditoria.
Segundo relatos, há casos em que os pré-requisitos parecem ter sido feitos para este ou aquele segmento de funcionários; há outros, inclusive, em que os critérios de concorrência para uma mesma função são alterados em curto espaço de tempo, segundo revelou um funcionário que ficou impossibilitado de concorrer por não preencher o perfil exigido para uma função, embora o mesmo tenha preenchido perfil para concorrer à mesma função em processo anterior. Isso revela que não há critérios definidos, únicos, transparentes, prevalecendo os velhos e nada recomendáveis casuísmos de definição de critérios ao sabor de conveniências.
Para a AFBNB, o assunto é sério e preocupante, pois coloca em xeque a própria credibilidade da Instituição BNB, uma vez que seus trabalhadores passam a desconfiar dos instrumentos e procedimentos constituídos para possibilitar ascensão de forma transparente e igualitária.
“Não podemos aceitar nenhum tipo de privilégio ou jogo de cartas marcadas. Atitude como essa é um desrespeito ao trabalhador e não condiz com uma instituição com a história do BNB. É preciso avançar na democracia e na transparência dentro do Banco, de fato, e não apenas na teoria. É preciso agir positivo, enfim, sobre este e os demais aspectos, seja de Recursos Humanos, de gestão ou operacionais“, diz Rita Josina.
A AFBNB reafirma seu entendimento contrário a esse modelo. No mesmo sentido, ressalta a urgência em se estabelecer um processo transparente, com critérios bem definidos, e por evento, conforme deliberação dos funcionários na 44ª Reunião do Conselho de Representantes, em agosto último.
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