A AFBNB esteve reunida no dia 20 de dezembro com funcionários do BNB lotados no Passaré, em Fortaleza, para discutir a situação da CAMED e traçar estratégias de ação a serem encaminhadas pela Associação. Apesar do impacto financeiro e da importância do debate, poucos funcionários compareceram ao convite feito pela Associação. Os que estiveram na praça Jader Colares, no entanto, deram sugestões importantes e demonstraram preocupação e revolta com a forma como o destino da Caixa Médica está sendo traçado, sem participação e sem transparência.
Os diretores da AFBNB presentes – Rita Josina, Assis Araújo, Alci de Jesus, Dorisval de Lima, Henrique Eduardo e José Frota de Medeiros – reiteraram o posicionamento de que a responsabilidade pela situação atual da CAMED é do Banco, após sucessivos erros administrativos, no mínimo. “A nossa, enquanto trabalhadores, é de agir contra essas medidas”, afirmou Rita Josina, presidenta da AFBNB. Por isso, é tão importante para a AFBNB ouvir seus associados, afinal, as entidades devem atuar de acordo com o entendimento e os anseios da base, pois é isso que as confere legitimidade.
Para a AFBNB, esse método de atuação da administração do Banco – de simplesmente tomar as decisões sem dialogar com os principais interessados – é ruim, falho e antidemocrático, o que acaba por prejudicar o próprio Banco.
O que se constatou é que, além de indignados, os trabalhadores do banco estão com muitas dúvidas e temerosos quanto à sua saúde e a de seus familiares. Entre as sugestões dadas, a ação judicial foi a mais citada – medida que está sendo estudada para ser levada a cabo pela entidade.
A ideia é que a AFBNB entre com liminar que impeça a CAMED de fazer os reajustes - até que apresente as justificativas para esse aumento absurdo - assim como, cobrar do Banco as devidas responsabilidades enquanto patrocinador. Também enviará nos próximos dias ofício à Agência Nacional de Saúde (ANS) questionando as medidas (tanto o rejuste quanto a retirada dos genitores do plano natural).
A superestrutura da CAMED também foi citada por pessoas presentes como um dos possíveis motivos para a situação deficitária. Alguns mais antigos apontaram a época em que poucos funcionários do Banco administravam a caixa medica, auxiliados por representantes nas unidades. No entanto, atualmente, são quase 800 pessoas trabalhando, principalmente pela complexidade que se apresenta na administração do plano de mercado - Camed Vida.
A AFBNB reforçou que a CAMED faz parte da política de recursos humanos do Banco, e que esta também além de falha e preocupante, tem impactado na saúde dos trabalhadores do BNB– basta ver pendências como falta de isonomia, de transparência nos processos, de política previdenciária, etc etc.
“Que a CAMED está com problemas, embora não tenhamos todos os dados, já imaginávamos. Quem de nós não teve um procedimento não autorizado, um médico de confiança descredenciado? Vimos colocando isso para o Banco ano a ano. As respostas são sempre as mesmas, reajustes exorbitantes e outras saídas paliativas. A própria CAMED já comunicou que essa medida é apenas para aliviar 2014. Para 2015 virá algo mais? E nós, vamos ficar esperando?” – questionou Rita Josina. Ela ressalta, no entanto, que qualquer que seja a ação a ser encaminhada pela AFBNB, esta deve estar respaldada pela base, daí a importância das manifestações dos beneficiários. “Disposição política da nossa parte não falta, mas entendemos que são necessárias outras estratégias de intervenção, o quanto antes. Precisamos unir forças; pensamento positivo, mas sobretudo ação positiva!”.
A AFBNB tem recebido, desde a apresentação da videoconferência da Camed, várias manifestações de preocupação, indignação e revolta quanto as medidas anunciadas, assim como, cobranças por medidas que reguardem os direitos dos trabalhadores. O posicionamento da Associação sobre o assunto já foi dito para o Banco e a própria CAMED desde o primeiro momento: rejeição das medidas, responsabilização do Banco e não penalização do trabalhador! Portanto, a entidade está buscando pareceres jurídicos e analisando a viabilidade de uma ação jurídica.
Queremos saúde e dignidade!
Não ao aumento abusivo!
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