No dia 15 de outubro passado, a diretoria da AFBNB encaminhou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) denúncia de assédio moral praticado pela direção do Banco do Nordeste, contra os trabalhadores em greve (ofício AFBNB 2013/151). No documento, a Associação fazia referência a telefonemas e emails direcionados a funcionários em greve para que retornassem ao trabalho, contatos estes intensificados após a realização, durante a greve, de videoconferência no Banco.
Em resposta à denúncia, o MPT, por meio da Procuradora do Trabalho Francisca Helena Duarte Camelo, solicitou à AFBNB manifestação sobre o assunto tendo em vista as justificativas apresentadas pelo Banco, qual seja, a negação do ocorrido.
No último dia 13, a Associação reiterou a denúncia e encaminhou ao MPT ofício (veja aqui na íntegra) o qual defende a tese da ocorrência de assédio, com justificativas e indícios a partir de informações de funcionários e do áudio da videoconferência na qual diretores do Banco convidam gestores a “usar seu poder de liderança”. No texto, a AFBNB questiona: liderança para quê em plena greve? Como realizar negócios se as agências do Banco estavam paralisadas quase que na sua totalidade? Para a Associação não fica difícil concluir que a orientação era para os gestores agirem em relação aos subordinados que se encontravam em greve.
Respondido o ofício e confirmada a denúncia, a AFBNB cobrou do MPT a devida apuração dos fatos e segue aguardando o desfecho. “Contamos com a sensibilidade dos procuradores e com a lisura diante dos fatos. A greve é um direito constitucional e medidas dessa natureza, tomadas pelo Banco, que de alguma forma pressionam os trabalhadores, constrangendo-os, devem ser não apenas repudiadas, mas denunciadas e apuradas para que não se reproduzam nem façam parte da cultura da instituição. Estamos fazendo a nossa parte”, afirma Rita Josina, presidenta da Associação.
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