Clientes apinhavam-se para aguardar atendimento (Fotos: AFBNB)
Na última sexta-feira, 29, os diretores da AFBNB presenciaram em Maracanaú/CE - mas que poderia ser em muitas outras - uma cena que já não deveria fazer mais parte do dia a dia de uma agência bancária no Brasil, mas ocorre com extrema frequência no Banco do Nordeste: superlotação, gente passando mal, outras chorando, outras que esperavam atendimento por mais de 4 horas, falta de dinheiro, clientes que não chegavam nem a entrar na agência, pois os seguranças se antecipavam para anunciar que não cabia mais ninguém dentro da unidade: enfim, um verdadeiro caos!
A maioria dos clientes era do CrediAmigo, programa de microcrédito que é cantando em loas como “social” por peças publicitárias na imprensa, mas que se esquece do social e do humano ao tratar seus clientes e trabalhadores com tamanho desrespeito. Os clientes, por ficarem horas aguardando atendimento em condições de superlotação, calor, etc.; e os funcionários, por trabalharem sob as mesma condições, num ritmo de pressão muito grande, o que acarreta altas cargas de estresse.
Isso deixa claro que não há isonomia de tratamento à clientela no Banco do Nordeste. Enquanto os “grandes” clientes, dos empréstimos volumosos, são tratados com toda a atenção, os “pequenos” clientes, agricultores e microempreendedores, são relegados e submetidos às condições de atendimento supracitadas. Mais uma vez o lado comercial do BNB falando mais alto que o viés desenvolvimentista.
“Se isso é um programa que o Banco diz que é social, cadê o atendimento humano, de qualidade? Isso é uma agressão. As pessoas vêm de longe, pensando que serão atendidas e são mandadas de volta para casa? É um absurdo! O Banco descumpre as leis nas barbas da Justiça e ninguém faz nada!”, enfatiza o diretor Assis Araújo.
Enquanto os funcionários são submetidos às condições estressantes de trabalho mencionadas, uma grande quantidade de concursados espera convocação, numa incongruência absurda – há carência de pessoal no BNB, mas a direção pouca faz para preenchê-la.
Enfim, faz-se urgente que o Banco solucione esse problema estrutural de superlotação das agências (o exemplo de Maracanaú/CE cabe perfeitamente em dezenas de agências em toda a área de atuação do BNB), senão, do contrário, será necessário tomar iniciativas junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Enfim, mais do que pensar positivo, é preciso que a direção do Banco AJA POSITIVO!
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