O Governo da Alemanha anunciou na quinta-feira (21/11) que pretende adotar um salário mínimo no país. Segundo a chanceler alemã, Angela Merkel, cada trabalhador receberá €8,50 por hora de trabalho. No Brasil, tal valor equivale a R$26,60 por hora ou R$5.852 por mês, levando em conta a cotação atual e uma carga horária de 44h semanais.
Sem dúvida, tal quantia é astronômica se comparada ao irrisório salário brasileiro de R$678. No entanto, se engana quem pensa que o Governo Federal não pode oferecer um salário mínimo proporcional ao do país europeu. A conta é muito simples: se a Alemanha, 4ª potência da economia mundial, pode pagar R$5.852 para os trabalhadores, o Brasil, que é a 7ª, deveria pagar, proporcionalmente, R$3.344. É uma questão de coerência.
Vale ressaltar que este valor supera, inclusive, o salário mínimo calculado pelo Dieese, que é de R$2.860,21. Em outras palavras, se o brasileiro recebesse R$3.344, além de atender às suas necessidades básicas e as de sua família, ainda teria preservado seu poder aquisitivo, conforme prevê a Constituição Federal. O único empecilho para isso é falta de vontade política, não de dinheiro, basta ver o exemplo da Alemanha.
A população deve se conscientizar que o salário mínimo pago no Brasil é um deboche contra o trabalhador. O povo não pode cair no conto dos políticos e festejar um salário pífio de R$678, pois não se trata de uma vitória, mas sim, de uma afronta do Governo Federal. É dever de todos combater essa propaganda enganosa, nem que para isso seja preciso voltar às ruas, como nas manifestações de junho.
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