Se aposentar para usufruir um pouco mais a vida deixou de ser um sonho para os brasileiros desde que o fator previdenciário entrou em vigor, em 1999, no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso. O mecanismo reduz em até 40% o valor da aposentadoria de quem para de trabalhar antes dos 65 anos (homens) 60 anos (mulheres).
Para ter direito ao benefício completo, os brasileiros têm de ficar mais tempo no mercado. As pessoas que optam por deixar de trabalhar cedo têm de apertar as contas e, mesmo assim, muitas vezes ficam sem dinheiro no bolso.
O fato prova que o fator previdenciário mudou a realidade de quem tanto contribui com o país. Por isso, o seu fim está entre as prioridades dos trabalhadores. Mas, acabar com o problema não é tarefa fácil. Enquanto o Congresso Nacional, formado na maioria por empresários, enrola para por fim à fórmula e sequer discute alternativas, os brasileiros ampliam as mobilizações.
Com o tema, Quem luta conquista, os trabalhadores de Salvador fizeram manifestação, nesta terça-feira (12/11), cobrando o fim da política de arrocho dos salários e a valorização dos aposentados. Sempre atento aos problemas dos brasileiros, o Sindicato da Bahia marcou presença.
O presidente da entidade, Euclides Fagundes, lembra que é fundamental que toda sociedade cobre do governo abertura de discussões sobre o fim do fator. “Se não colocarmos temas como esse na ordem do dia, o governo não faz. Tem mais, o empresariado sempre coloca pautas, exige, faz pressão e consegue aprovar as propostas de seu interesse, que visam a redução dos direitos dos trabalhadores”.
De acordo com o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) Bahia, Aurino Pedreira, a luta é de todos, não só dos aposentados. “Os jovens entram no mercado de trabalho cedo e também devem reivindicar pela valorização da aposentadoria com a correção das perdas”. A mobilização faz parte do Dia Nacional de Luta e acontece em diversas cidades do país.
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