Nada muda no sistema financeiro e a irresponsabilidade continua. As organizações financeiras que operam no Brasil não dão importância para o desenvolvimento nacional. O país gerou 1,323 milhão de empregos de janeiro a setembro deste ano. Enquanto isso, os bancos privados fecharam 6.977 postos de trabalho.
Nos nove meses do ano, 30.417 bancários foram contratados e 33.177 demitidos. Déficit de 2.760 postos. Os lucros bilionários não impedem que as empresas demitam e usem a rotatividade para reduzir os custos com o pessoal.
Os dados não deixam mentir. O salário médio dos admitidos foi de R$ 2.914,63. Já o dos desligados, R$ 4.594,83. Significa dizer que os contratados recebem remuneração 36,6% inferior à dos que saem.
É preciso que o setor bancário acompanhe o processo de desenvolvimento econômico e social do país, que inclui melhoria de salário e geração de emprego, como forma de valorizar o trabalho.
Os dados estão na PEB (Pesquisa de Emprego Bancário), feita em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico), com base nos números do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Concentração de renda nos bancos
A concentração de renda no sistema financeiro é evidente. O alto escalão permanece com os maiores ganhos, enquanto que quem está dentro da agência, dando o suor, recebe bem menos.
No Itaú, por exemplo, os executivos da diretoria embolsaram em 2012, R$ 9,05 milhões em média. O montante corresponde a nada menos do que 191,8 vezes o piso salarial da categoria.
No Santander, um dos campeões em demissões, os diretores receberam R$ 5,62 milhões, 119,2 vezes o salário do caixa. Já no Bradesco, que pagou R$ 5 milhões no ano aos diretores, a diferença é de 106 vezes.
A distância dos salários é tão grande que para ganhar a remuneração mensal de um executivo, o caixa do Itaú tem de trabalhar 16 anos, o caixa do Santander 10 anos e o do Bradesco 9 anos.
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