Na manhã de quinta-feira (9), os patrões apresentaram outra proposta aos bancários, com índice de reposição salarial de 8%. Para a AFBNB, a proposta é insuficiente. Mais uma vez banqueiros e governo mostraram insensibilidade com os trabalhadores. O reajuste proposto sequer contempla o índice pedido, de 11,93%, que já é rebaixado diante das perdas salariais acumuladas ao longo dos últimos vinte anos pelo menos, e ainda penaliza o trabalhador ao trazer no seu bojo a compensação dos dias da greve.
É inadmissível que diante de lucros bilionários (os banqueiros no Brasil nunca faturaram tanto), os bancos apresentem propostas tão aviltantes. O sistema financeiro nacional hoje é um dos mais lucrativos do mundo, à custa da exploração dos bancários – com pressão por metas, sobrecarga de trabalho, assédios de toda ordem, demissões injustas, etc. - e da sociedade, com altas taxas de juros e tarifas abusivas, além da própria especulação financeira. Os bancos têm todas as condições econômicas e políticas para atender às reivindicações dos bancários. Não o fazem porque visam tão somente à ganância desenfreada por mais lucros, lucros, e lucros. Para essa farra institucionalizada os bancários estão dando resposta: greve forte, coesa e positiva. Por isso devem rejeitar a proposta e intensificar o movimento.
Proposta específica do BNB: mais do mesmo, sem avanços
No BNB, não obstante uma greve forte, coesa, positiva, a diretoria do Banco ratificou sua insensibilidade à justa reivindicação dos funcionários. Isto pelo fato de, mesmo após 22 dias de greve, na primeira proposta, não ter avançado um milímetro nas questões específicas, nas pendências históricas que se arrastam há anos. O Banco do Nordeste, mais uma vez, se limitou a esconder-se por trás da proposta da Fenaban. No máximo apresentou alguns “penduricalhos”, alguns dos quais não são objetos da mesa de negociação, tampouco constituem motivo para convencer alguém pelo fim da greve; outros já bem ultrapassados, que já constaram de acordo, e que o banco não cumpriu. (Veja aqui matéria da AFBNB sobre o assunto).
Vale lembrar que há pendências que estão nos acordos coletivos passados e ainda hoje não foram cumpridas. A greve de 2013, mais do que nunca, não é só pelos 20 centavos! É por uma série de questões específicas, históricas, negadas pelas sucessivas gestões do BNB ao longo de anos. (Veja artigo da presidenta Rita Josina sobre o assunto aqui).
Diante da proposta apresentada, que a Associação considera irrisória e incoerente, pois não contempla nenhuma das questões específicas tão esperadas pelos trabalhadores do Banco, a AFBNB afirma que é um equívoco a aceitação da mesma - como infelizmente já foi anunciado por comandantes das negociações -, pois não traz avanços. A orientação da AFBNB é pela rejeição da proposta! Não podemos desperdiçar a energia dessa greve para, mais uma vez, nos contentarmos com uma proposta que não contempla nenhuma – isso mesmo, nenhuma! – das questões específicas que tanto afligem os funcionários do Banco. Por isso é prudente e coerente que as lideranças sindicais também defendam a rejeição. Orientar pela aceitação representa falta de sintonia com a base e total descompasso com a greve mais forte dos últimos anos.
Conforme a AFBNB já reiterou por diversas vezes: nenhuma proposta deve ser aceita se não tiver avanços significativos nas questões específicas! No mesmo sentido, também não deve ser aceita qualquer medida que penalize o movimento, como a compensação dos dias da greve em qualquer proporção.
A Associação conclama os trabalhadores do BNB a comparecerem às assembleias convocadas pelos sindicatos nas suas respectivas bases para, somando-se aos demais bancários de outras instituições, se posicionarem pela rejeição da proposta!
Veja aqui os contrapontos da AFBNB à proposta do Banco
|