Confira abaixo artigo da presidenta da AFBNB, Rita Josina, publicado no jornal O Estado de hoje:
Os bancários em todo o País deflagraram greve. Com toda razão. Só nos últimos doze meses, os bancos acumularam lucros da ordem de R$ 59,7 bilhões. O sistema financeiro mundial – e o Brasil não foge à regra - monta estratégias cada vez mais sofisticadas a favor dos banqueiros, à custa da exploração dos trabalhadores, e da própria sociedade, com a cobrança de taxas de juros e tarifas abusivas.
Nas últimas duas décadas, os bancários foram desumanamente desrespeitados em seus direitos e em sua dignidade. Os bancos aviltaram os salários e enxugaram seu quadro de pessoal, ao passo em que alavancaram enormemente seu lucro, como consequência do aumento dos negócios nas unidades bancárias. O bancário, assim, vê-se sobrecarregado, subordinado a condições estressantes de trabalho, pressão por metas, demissões injustas, assédio moral, e outros ultrajes: é a ganância dos donos do capital.
É inconcebível que bancos que acumulem lucros no patamar descrito acima pratiquem correção salarial de apenas 7,1%, índice que representa algo em torno de 1% além da inflação do mesmo período. É evidente que algo está errado! E certamente não é o trabalhador, que em todo o País cruza os braços e resiste a propostas irrisórias dos banqueiros e do governo federal, este último o maior responsável, por ser o patrocinador dessa “farra dos banqueiros” sem o menor constrangimento.
No BNB, instituição federal cuja missão é contribuir para o desenvolvimento sustentável da região, a greve é a mais pujante dos últimos anos, tendo paralisado mais de 95% das agências, e com fortíssima adesão na direção geral, em Fortaleza.
Para a Associação dos Funcionários do BNB (AFBNB), que representa e assiste os trabalhadores vinculados à entidade, a greve no Banco não é apenas pelo índice de reposição salarial, mas por uma série de pendências de recursos humanos, as quais têm sido negadas pelas sucessivas gestões do BNB, sobretudo nos últimos 20 anos, em que pese as cobranças que a AFBNB tem feito nesse período.
Os trabalhadores do BNB estão em greve também pelo fim do trabalho gratuito, das terceirizações, pela convocação de todos os aprovados em concurso, por dignidade previdenciária e de saúde, meritocracia, isonomia de tratamento, reintegração dos demitidos injustamente na gestão Byron Queiroz, quitação de passivos trabalhistas, Plano de Cargos e Remuneração digno... Enfim, porque merecem ser respeitados e reconhecidos por seu compromisso, dedicação e responsabilidade no cumprimento da nobre missão do Banco.
|