Os trabalhadores do BNB fazem neste ano de 2013, uma de suas maiores participações no processo de lutas da campanha salarial, que visa a garantir não só, simplesmente, a reposição das perdas e um pequeno ganho além da inflação, mas o resgate e a resolução de questões de fundo, como quanto à questão previdenciária, da isonomia, relativas ao plano de carreira e à curva salarial, considerando o piso inicial dos bancários.
E fica cada vez mais explícito que qualquer processo de lutas, além do ganho pedagógico, consubstanciado na formação política, se galvaniza para ações continuadas, por meio da construção participativa, pois coletiva, dos resultados. Resultados que cada vez mais tem como exigência, nas discussões de base, nos piquetes, um referencial de cunho estratégico.
Ninguém quer só um pequeno ganho percentual além da inflação, mas, sim, quer ver um banco fortalecido que tenha condições de tratar com dignidade os seus trabalhadores e possa ser capaz de resgatar e/ou implantar direitos básicos, tais como a possibilidade de se aposentar e viver com qualidade; a possibilidade de ter os mesmos benefícios que seus pares, independentemente de seu número funcional; a possibilidade de ter um plano de cargos e a atualização da curva salarial, com uma lógica mínima de respeito à categoria e a seu histórico de contribuições com a instituição e à sociedade.
Essa discussão estratégica que se dá neste momento no processo de greve é muito salutar e deve ser perseguida como resultado das negociações, especialmente, das questões específicas, e se assemelha ao processo de lutas que se trava em relação ao desenvolvimento regional, e mais, tem forte vinculação político-institucional e conteúdo histórico, senão vejamos:
- a questão regional já é antiqüíssima e a reprodução de sua discussão nos espaços de decisão, seja no legislativo ou no executivo, ainda não garantiu que o recorte regional se implantasse em todos os níveis, garantindo fortalecimento institucional dos órgãos de apoio ao desenvolvimento regional, incluso o BNB;
- os instrumentos que visam a garantir o suporte de financiamento do crédito, apesar do esforço das lideranças políticas e o advindo dos fundos constitucionais, como o FNE, que é fundamental para a região, são irrisórios diante de outros mecanismos ligados, por exemplo, ao sistema financeiro, que possibilitam - o que é inadmissível, a saída de recursos gerados nas regiões menos desenvolvidas, Norte e Nordeste, para o Centro-Sul, especialmente, o Sudeste;
- a falta de discussão do planejamento regional, de um projeto nacional de desenvolvimento e de uma estratégia articulada entre os órgãos regionais repercutem fortemente na política interna de estruturação e ação operacional do BNB, e possibilita - por incrível que pareça -, uma forte inclinação do banco a uma aproximação a bancos de mercados, nos moldes do Banco do Brasil.
Pode-se até não se perceber que a luta institucional - que, naturalmente, tem característica estratégica - reforça os processos de enfrentamentos que se dão na campanha salarial e traz componente agregador à luta. Mas, no entanto, é importante e necessário analisar e perceber que a AFBNB ao realizar a ação institucional, ao lutar pelo recorte regional em todos os níveis, pelo fim dos vazamentos de recursos gerados na região para o centro-sul e pela necessidade e importância de uma estratégia de desenvolvimento para o banco - obviamente, pautado por planejamentos regionais e nacional está lutando pela valorização dos trabalhadores, exatamente porque são eles quem operam esse banco de desenvolvimento tão necessário à Região; são quem, compreendendo a importância do apoio ao pequeno produtor, ao pequeno empresário, à atuação em áreas estagnadas e de baixo renda se doam para cumprir as metas estabelecidas, sabendo que ao final estarão contribuindo para a redução das desigualdades regionais. E por esse trabalho têm que ser reconhecidos.
Da mesma forma que a luta institucional reforça a luta por melhores condições de trabalho, porque sem ter um banco fortalecido se desvaloriza essa ação; ao lutarmos pelas bandeiras estratégicas na campanha salarial estamos lutando pelo fortalecimento institucional do banco. Essa é uma luta só e uma grande luta!
Os funcionários do banco estão maduros e preparados para encaminhar essas lutas, a grande greve que está sendo realizada mostra isso. Ao patrão, o governo federal, representado pelos que estão hoje à frente de administração, cabe agir positivamente diante disto.
GREVE POSITIVA EXIGE AÇÃO.
POSITIVA: PROPOSTA DECENTE JÁ!
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