A greve nacional dos bancários chega hoje ao nono dia. Trata-se de um movimento forte, coeso e determinado, que expressa a insatisfação dos trabalhadores com a realidade pela qual passam. Realidade de total descompasso entre os estratosféricos lucros dos bancos (leia matéria Lucro dos bancos chega aos R$ 59,7 bi,) - fruto do seu esforço e dedicação - com os baixíssimos salários, péssimas condições de trabalho, negação de direitos e a falta de segurança, sobretudo nas agências.
No país inteiro a greve cresce a cada momento. Já são mais de dez mil unidades fechadas. É a demonstração clássica na relação capital e trabalho de que o poder de organização dos trabalhadores é superior à ganância, ao descaso e ao desrespeito dos patrões, sejam os próprios banqueiros no setor privado, sejam os representantes dessa lógica perversa no setor público, os governos, representados pelas gestões dos bancos públicos.
Assim, pela união e força dos trabalhadores, a greve cumpre o seu papel pedagógico quanto à conscientização e o reconhecimento dos bancários enquanto classe, que vendem sua força de trabalho e que por isso mesmo são explorados, independente do tempo de serviço e do posto que cada um ocupe, haja vista ser essa uma característica inerente ao mundo do trabalho. Pelo valor, justeza e peso da greve os patrões dos setores privado e público não podem continuar indiferentes. Negociação já! E com avanços.
A AFBNB ao lado dos trabalhadores
A AFBNB tem se inserido nesse contexto bem antes da deflagração do movimento paredista, realizando debates com a base durante visitas às diversas unidades do BNB de forma permanente. Com o mesmo intuito, a entidade proporcionou uma discussão qualificada e específica sobre a campanha salarial, considerando todos os seus aspectos, inclusive a perspectiva de greve, durante a 44ª Reunião do Conselho de representantes, ocorrida nos dias 23 e 24 de agosto último.
Mais recente, antes e durante o movimento, a AFBNB esteve reunida com os trabalhadores nas agências de Fortaleza e Maracanaú(CE), dialogando sobre a necessidade da participação de todos para as conquistas nas muitas demandas históricas para as quais a direção do Banco não apresenta resultados positivos.
Entre os pontos abordados pela Associação estiveram a falta de condições estruturais das agências, a reestruturação e seus impactos nada esperados na dinâmica das unidades e na vida dos trabalhadores, o banco de sucessão e o que o mesmo representa em termos em termos de falta de credibilidade e motivação na política de RH, as expectativas de um programa de dignidade previdenciária, a necessidade de convocação de concursados, principalmente para a área técnica do banco, entre outros. Os diretores abordaram também sobre a campanha “Aja Positivo: porque pensar positivo é bom; agir positivo é melhor ainda!” lançada recentemente pela AFBNB e que conta com uma grande adesão, significando dizer que ações positivas serão positivas, desde que voltadas para o fortalecimento e a valorização dos trabalhadores do BNB.
No mesmo sentido, a Associação também se reuniu com funcionários do Passaré, na quarta-feira (25), ressaltando como sendo de extrema importância que os funcionários da DIRGE se juntem e solidarizem-se aos trabalhadores do movimento paredista no Banco, pois a luta se faz no dia a dia, mas o enfrentamento deve recrudescer em época de greve, e o poder de pressão só tende a aumentar na medida em que novas adesões sejam crescentes.
Na tarde do mesmo dia, a presidenta da AFBNB, Rita Josina, o diretor Assis Araújo e o conselheiro fiscal Henrique Eduardo estiveram no ETENE e realizaram mais reuniões. Durante o encontro, os trabalhadores discutiram sobre a estratégia de desenvolvimento do Banco, que não foi priorizada pelas gestões do BNB, assim como o tratamento dado ao quadro técnico, que não foi reconhecido. A AFBNB abordou as várias ações e articulações que vêm fazendo no sentido de trazer o debate à tona, inclusive provocando um amplo debate sobre a atuação do Banco e o direcionamento voltado para o mercado, o que fragiliza o grande diferencial de um banco regional de desenvolvimento. “A greve possibilita o debate e todos são convidados para esse movimento de reação ao que está posto”, frisou Rita Josina.
A Associação tem pautado o diálogo sobre a realidade do BNB, alertando todos os trabalhadores e chamando a direção do Banco para a responsabilidade que é o compromisso e o zelo com o recurso público, seja no planejamento, na aplicação e na avaliação de resultados que devem atender à sociedade nordestina.
Portanto, para a AFBNB, pensar e priorizar o desenvolvimento devem ser a mola-mestra para o “agir positivo”.
GREVE POSITIVA EXIGE AÇÃO
POSITIVA: PROPOSTA DECENTE JÁ!
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