Grupo independente de funcionários dos bancos do Nordeste e do Brasil, e da Caixa Econômica Federal realizou no fim da tarde de ontem, uma manifestação e uma minipasseata em torno da Praça Portugal, na Aldeota, para denunciar a indiferença das instituições financeiras pública e privadas às suas reivindicações.
De forma pacífica e ordeira, grupo de bancários protestou ontem, portando cartazes, fazendo paródias e gritando palavras de ordem
Em greve que completa hoje sete dias, o grupo se junta, ao restante da categoria em todo o País, para cobrar reajuste salarial de 11,93%, melhoria do atendimento e maior segurança nas agências e protestar contra o Projeto de Lei (PL 4330), que trata da liberalização do processo de terceirização dos serviços bancários. "Cada dia que passa, os bancos vão se livrando dos clientes, transferindo-os para o atendimento em correspondentes bancários, enquanto nós funcionários que deveríamos estar prestando esses serviços, somos pressionados para vender produtos como seguros, títulos de capitalização, dentro outros", protesta o delegado sindical da Agência Benfica do Banco do Brasil (BB), Ailton Lopes.
Também em meio a praça, o diretor de comunicação da AFBNB, Dorival de Lima, cobrava a contratação dos aprovados no último concurso e isonomia de tratamento. "Esse PL é uma enganação, é a terceirização", criticou Lima, para quem a categoria tem Estado órfão do próprio sindicato dos bancários, desde que a CUT "deixou o movimento sindical para assumir cargos no governo (de Dilma Roussef). "Estamos carentes de lideranças sindicais", acrescenta o funcionário da agência Gomes de Matos, da Caixa Econômica Federal, Edson Lopes.
Balanço e caminhada
Segundo o Sindicato dos bancários no Ceará, 313 agências paralisaram o atendimento ontem, das 507, de todo o Estado. De acordo com a entidade, na quinta-feira, primeiro dia de greve, eram 116 agências fechadas e hoje já superam 60% do total.
"Todo dia é um desafio de mobilização e adesão à greve", diz o sindicato em nota à imprensa, ao anunciar para as 17 horas, de hoje, uma passeata pelo Centro de Fortaleza, com saída da Praça do Carmo.
A caminhada é uma forma de pressionar os banqueiros a apresentar uma contraproposta às reivindicações e mostrar a força do movimento.
Bancos oficiais
Questionados, a Caixa disse que "as reivindicações estão sendo tratadas na mesa d negociações" e o BNB respondeu que seguirá os acordos da mesa da Fenaban, entidade representante dos bancos. O BB não atendeu aos telefonemas da reportagem, no início da noite de ontem.
ESCLARECIMENTO DA AFBNB - Na matéria acima, foi atribuída uma fala indevidamente ao diretor de comunicação da AFBNB, Dorisval de Lima. Questionado pelo jornalista sobre os motivos da greve, este limitou-se a reforçar as reivindicações gerais da categoria e as específicas da greve no BNB, não fazendo nenhuma referência ao Sindicato, à CUT ou a qualquer central.
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