Esta semana, várias notícias sobre o BNB foram publicadas na imprensa cearense, algumas delas em um tom excessivamente alvissareiro, sem que, no entanto, nenhuma análise mais aprofundada tenha sido feita.
Em uma dessas notícias, o presidente teria afirmado que até para comprar um clipe todos os diretores e ele próprio assinam juntos, decisão que teria sido aprovada pelo conselho de administração do Banco, num evidente recado de que a era das influências políticas na Instituição teria chegado ao fim. A mesma notícia fala que o presidente “já economizou R$ 30 milhões na sua gestão acabando com contratos que não faziam falta ao banco, sem mexer com os funcionários, um corte que atingiu empresas que detinham privilégios há anos”.
Sem dúvida alguma, e não é novidade, é preciso zelo, seriedade, transparência e coerência no uso do dinheiro público. Agora, centralizar todas as decisões na diretoria já é no mínimo estranho. Para a AFBNB, o cuidado extremo dessa medida pode levar ao pensamento de que a alta gestão não tem confiança nos responsáveis diretos e nos gestores intermediários – e se é isso, como justificar a existência de toda uma estrutura organizacional e hierárquica? Se presidente e diretores sabem até quantos clipes foram comprados, de quem e quando, devem saber também quantos de seus funcionários estão trabalhando fora de seus horários, sem a devida remuneração pelo trabalho gratuito, em alguns casos numa situação tal de ilegalidade que em uma determinada agência o alarme disparou devido a movimento na agência tarde da noite, momento em que havia funcionários trabalhando! Se sabem de tudo o que se passa no Banco, neste caso queda fácil que a omissão é ainda maior!
Exemplos de pendências são vários e a AFBNB não se cansa de repetir: revisão do plano de cargos e do plano de funções, isonomia de tratamento, quitação de passivos trabalhistas, resgate da dignidade previdenciária, melhoria no plano de saúde, reintegração dos demitidos, etc etc etc, além próprio trabalho gratuito já referenciado.
Outra leitura quanto à economia de R$30 milhões. Quais contratos foram extintos? Se não fazem falta ao Banco, a que(m) serviam? Quem os fez? Se eram indevidos, quais responsabilizações foram apontadas? Afinal, trata-se de dinheiro público! Ainda há muito a ser feito (e dito) pelo Banco. Quanto à AFBNB, estamos acompanhando atentamente o desenrolar dessa história bem como cobrando ações positivas para o fortalecimento da instituição, valorização e reconhecimento dos trabalhadores.
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