De janeiro a junho, o resultado foi R$ 200,03 milhões ante R$ 430,35 milhões apurados em igual semestre de 2012
Mesmo com um aumento de 20% no volume contratado em operações de crédito no primeiro semestre de 2013, o Banco do Nordeste (BNB) registrou queda de mais de 50% (53,52%) no seu lucro líquido no período. De janeiro a junho deste ano, o banco contabilizou resultado de aproximadamente R$ 200,03 milhões ante R$ 430,35 milhões apurados em igual semestre do ano passado, conforme Balanço Patrimonial divulgado ontem e publicado na edição de hoje do Diário do Nordeste.
No segundo semestre deste ano, o Banco do Nordeste pretende abrir mais 82 agências nos estados onde atua FOTO: ALEX COSTA
Tamanho recuo, explica o diretor Financeiro e de Crédito do BNB, Fernando Passos, deve-se à mudança na prática contábil da instituição para atender à deliberação nº 695 da Comissão de Valores Imobiliários de 13.12.2012, que entrou em vigor a partir de janeiro deste ano.
´Mero ajuste´
"Por essa nova prática contábil, os benefícios pós-emprego, ou seja, basicamente aqueles concedidos aos aposentados, a título de previdência, passaram a ser reconhecidos sobre o resultado, fazendo com que houvesse essa diminuição em relação ao lucro apurado no 1º semestre de 2012. Antes eles eram contabilizados sobre o patrimônio Líquido do banco. Ou seja, o que ocorreu foi um ajuste meramente contábil, aumentando, assim, as despesas ante as receitas", diz.
Dividendos
Com resultado, o Patrimônio Líquido do BNB apresentou rentabilidade 16,2% ao ano. Entretanto, o lucro líquido por ação, saiu de R$ 4,95 ao fim dos primeiros seis meses do ano passado para R$ 2,30 em igual período deste ano. O que, na avaliação de Fernando passos, não prejudica os dividendos pagos aos acionista, visto que estes não são pagos sobre o lucro líquido do exercício e sim pelo recorrente, ou seja, o operacional. "Os dividendos pagos aos acionistas são calculados sobre o lucro líquido recorrente, que descontado o ajuste contábil efetuado cresceu 18%. Esta é a base de cálculo para os dividendos", justifica.
Crédito injeta R$ 11,7 bi
De janeiro a junho deste ano, o BNB injetou R$ 11,7 bilhões na economia nordestina por meio de operações de crédito (empréstimos e financiamentos). O valor é 20% superior ao contratado em igual intervalo de tempo do ano passado. Ao todo, foram mais de dois milhões de operações de crédito realizadas nos primeiros seis meses do ano, destinadas desde ao micro empreendedor até empresas de grande porte. Conforme o diretor Financeiro e de Crédito do BNB, a maior parte dos recursos dirigiu-se ao crédito de longo prazo. Nesta rubrica, o valor das operações teve crescimento de 76,4%, em relação ao primeiro semestre de 2012, atingindo R$ 7,2 bilhões.
FNE contrata R$ 6,3 bi
Com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o Banco contratou R$ 6,3 bilhões, em 264 mil operações realizadas.
O valor e quantidade de contratos tiveram acréscimos de 61,3% e 27%, respectivamente. Por meio desse fundo, Passos destaca as 146 mil operações do FNE-Estiagem, que destinaram, por meio do Pronaf, via Agroamigo, R$ 812 milhões aos afetados pela seca.
Microcrédito avança
Outros destaques foram as operações de microcrédito. Por meio de seus programas de microcrédito urbano e rural, Crediamigo e Agroamigo, o Banco contratou 1,8 milhão de operações no valor total de R$ 3,2 bilhões, representando crescimento de 33,2%, em relação ao primeiro semestre de 2013.
Mais agências
Ainda de acordo com Fernando Passos, o BNB projeta abrir mais 82 agências no segundo semestre deste ano. "No primeiro semestre foram em torno de cinco, mas como as aprovações ocorrem sempre por volta do mês de maio, as inaugurações ficam para o 2º semestre", assinala. Sobre a contratação dos aprovados em concursos já realizados pelo banco, e que esperam ser chamados, ele disse que à medida que novas agências forem sendo abertas, eles serão contratados, ampliado o quadro de pessoal.

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