É fato que tanto o Plano de Cargos e Remuneração (PCR) quanto o Plano de Função (PF) do Banco do Nordeste são recheados de distorções e desequilíbrios que exigem correções urgentes. A AFBNB tem levantado essa pauta há bastante tempo, sempre cobrando do Banco a resolução dos desníveis e inconsistências no seu sistema de remuneração para o conjunto dos funcionários.
A respeito do assunto, percebe-se claramente uma distorção entre as funções de Gerente de Negócios/Pronaf e a de Gerente de Negócios. Ambas realizam os mesmos procedimentos, praticamente os mesmos processos, mas com a função de GN/Pronaf recebendo uma remuneração menor (do M2 ao M5). Pois bem: em vez de apontar soluções definitivas e estabelecer isonomia de tratamento entre os funcionários, chegou ao conhecimento da AFBNB que o Banco incitou os GN/Pronaf a, caso queiram melhor remuneração, concorrerem a outras funções oferecidas diariamente pelas superintendências. Em outras palavras, mais no popular: se não estiverem satisfeitos, que deixem a função!
A posição do Banco apresentada acima casa perfeitamente com a época ditatorial brasileira em que o então ditador Emílio Garrastazu Médici criou o aforismo: “Brasil: ame-o ou deixe-o”. No entender da AFBNB, é a fórmula “mediciana” de alinhar-se aos opressores do povo e passarem de largo ante a verdadeira solução dos problemas. Como diria Chico Buarque, “passagem desbotada da memória das nossas novas gerações”, auge das “tenebrosas transações”, sendo que, desta feita, com um tom educado, suave e polido, próprio do marketing comunicacional, o que torna essa filosofia “mediciana” muito mais perigosa, traiçoeira e sub-reptícia.
Isto piora ainda mais quando a alta administração do BNB, por meio de prepostos, traz o discurso de que existem mil querendo o lugar daquele insatisfeito que, porventura, colocar a função à disposição, num verdadeiro desrespeito à democracia interna e acintoso assédio moral.
Valer-se do quadro de reserva é uma velha forma de pressão, assédio moral velado e completa desconexão de toda boa prática de gestão de pessoas nas empresas modernas. É algo próprio a tribunais de exceção, a partir do tal “padrinho” que monitorará o trabalho dos gestores com a clava da desestabilização emocional e o chicote da destituição sumária, gerando, de quebra, “gerentes-piranhas” numa piscina de nadadores rumo a recordes. Esse instrumento é de causar inveja (ou na melhor das hipóteses, de inovação dos seus métodos) à inominável e abominável gestão Byron Queiroz, que imperou no Banco durante um período de exceção recente.
Para a AFBNB - e acreditamos que para a maioria dos funcionários do Banco -, não podemos nos calar diante dessa tentativa de resgate do pensamento “mediciano”, e que somente unidos é que teremos forças para enfrentar até generais de paletó e gravata, saia e tailler, no afã de resguardar os direitos e a dignidade do funcionalismo e a integridade institucional do Banco do Nordeste do Brasil. Quem ama o BNB de verdade também sabe dizer NÃO.
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