A AFBNB realizou na quinta-feira (18) uma manifestação na Praça Jáder Colares, Direção geral do BNB, em Fortaleza – CE. O ato faz parte do processo de discussão – tribuna de debates – que a Associação está dando andamento na perspectiva de proporcionar ainda mais a luta pela solução dos problemas que afetam os trabalhadores do Banco. O mote para o movimento foi a recente medida do Banco em extinguir os serviços de transporte Ponto a Ponto, existente há quase de trinta anos.
As manifestações que ocorrem no Brasil, que ganharam impulso no mês de junho, foram motivadas pelo aumento do valor da passagem do ônibus de São Paulo em vinte centavos. De uma reivindicação justa pela revogação do aumento, irrompeu em o todo país uma luta por melhorias na mobilidade urbana, na saúde, na educação, no trato com o erário, etc. Assim, os vinte centavos a mais foram o estopim para milhões de brasileiros irem às ruas lutar por uma sociedade justa, que atenda às suas necessidades básicas, à sua dignidade, enfim.
O fim do Ponto a Ponto no BNB pode representar os vinte centavos que faltavam para que os trabalhadores do BNB intensifiquem a luta por melhorias na instituição; por um BNB que corresponda aos anseios dos seus funcionários, que os respeite e os valorize. A retirada do serviço representa uma subtração de benefício que se soma às inúmeras perdas e pendências já existentes.
Não é só pelo Ponto a Ponto
Nas abordagens durante o ato os Diretores da AFBNB e os demais oradores deixaram de maneira veemente a sua contrariedade com a atitude do Banco de pôr fim a um benefício que já vigora há quase três décadas. Nas palavras da Associação é assaz preocupante o fato da Direção do Banco vir tomando decisões que afetam o dia a dia dos trabalhadores da instituição, sem consulta à base, esquivando-se do diálogo franco e da construção conjunta de medidas que impactam diretamente nas relações de trabalho e na qualidade de vida dos funcionários.
Contudo, os diretores pontuaram que o movimento “não é só pelo Ponto a Ponto”, mas por uma série de pendências que se arrastam há anos, apesar das representações da AFBNB para a superação dos mesmos. Neste momento, diversas reivindicações vieram à tona: dignidade previdenciária e de saúde, fim das terceirizações, convocação dos aprovados no concurso, isonomia de tratamento, reintegração dos demitidos da gestão Byron Queiroz, reposição das perdas salariais, revisão do plano de cargos, fim das práticas de assédio moral, humanização no processo de reestruturação, fortalecimento da visão desenvolvimentista do Banco, por exemplo.
Propostas
Durante os debates surgiram contribuições que serão analisadas pela diretoria da AFBNB a fim de serem encaminhadas, como o a realização de um abaixo-assinado; uma reunião específica da Associação com usuários do ponto a ponto a fim de que suas contribuições sejam incorporadas, política que o Banco deveria ter adotado; a realização de uma sondagem junto aos funcionários com o objetivo de colher contribuições viáveis sobre o assunto; ainda como resultado, um funcionário se dispôs a apresentar um relatório científico quanto ao impacto ambiental (mais carros para um espaço incompatível para estacionamento) e quanto à questão da segurança que a medida poderá acarretar aos trabalhadores.
Avaliação e direcionamentos
Para a presidenta da AFBNB, Rita Josina, a manifestação significou um marco positivo para o incremento das lutas que a entidade tem desenvolvido no âmbito do BNB, tanto pelos direitos dos funcionários quanto pelo fortalecimento do Banco, considerando que as questões pontuais, a exemplo do ponto a ponto, são integrantes desse conjunto de lutas maiores.
Neste sentido, chama a atenção dos trabalhadores do BNB para a efetiva participação nos próximos momentos da tribuna de debates. Desde já conclama a participação de todos nos próximos atos:
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06 de agosto - Mobilizações com manifestação no Passsaré contra o projeto de lei 4330, que objetiva regulamentar as terceirizações nos serviço público;
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30 de agosto - Dia nacional de mobilizações pelos direitos e pauta das diversas categorias do país, eventos convocados pelas centrais sindicais.
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