O coordenador do grupo de trabalho sobre a reforma política, deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse ontem que a proposta pode sair antes mesmo do prazo estabelecido pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), de 90 dias. Já em agosto, ele quer ter “ideia geral do que será votado”. Mas, isso não significa que qualquer modificação possa ter validade já para as eleições de 2014. “Pretendo ainda no mês de agosto já ter uma visão geral do que vamos votar”, disse Vaccarezza após a primeira reunião do grupo, em Brasília. “Este grupo não aprovará nenhuma medida para 2014. O que nós aprovarmos aqui vai valer para 2016 e para 2018”, disse Vaccarezza. “Não cabe a mim fazer demagogia”.
Depois do encontro, Vaccarezza disse que, em 22 de agosto, o grupo de trabalho deve decidir o que será debatido sobre a reforma política. Vaccarezza confirmou que o grupo terá um portal na Internet para que a sociedade civil possa enviar ideias e propostas aos deputados. Logo no início da discussão, o coordenador propôs um calendário de audiências públicas para debater a reforma política com diversas entidades, como centrais sindicais e empregadoras, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros.
Parlamentares, no entanto, lembraram que a Casa já discutiu por mais de uma vez a reforma política, quando foram realizadas diversas audiências, e pediram a Vaccarezza, agilização nas deliberações. O deputado Marcelo Castro, representante do PMDB no colegiado, disse que há ideias que contam com apoio majoritário entre os partidos e que já deveriam ser deliberadas pelos deputados: “Eu consultei os representantes de todos os partidos políticos que formam o grupo de trabalho e há questões consensuais”, afirmou.
Segundo Castro, pela consulta realizada, o fim da reeleição para cargos do Executivo conta com o apoio do PSDB, PSB, DEM, PCdoB, PR, PSD e PTB, por exemplo. Outros temas, como a coincidência de eleições, o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos e o fim das coligações proporcionais contariam, segundo o deputado, com amplo suporte de partidos na Casa e já deveriam ser votadas pelo grupo. (das agências de notícias)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A validade da proposta para além de 2014 é de certa forma uma frustração para grande parte da opinião pública que, através das manifestações recentes, queria mudanças no modelo já para as próximas eleições.
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