Saiu na Imprensa

Bancários de Teresina param por 2h contra reestruturação no BNB

Representantes da AFBNB e bancários se reuniram com a superintendente do BNB no Piauí, Nivia Galindo para tratar do assunto

Diante do processo de reestruturação determinado pela direção do Banco do Nordeste do qual 17 funcionários estavam sem função passando agora para dez, deixando o clima tenso em Teresina, aconteceu nesta quarta-feira (17/07), em frente ao BNB Centro, uma paralisação de duas horas, de 10h às 12h, como forma de mostrar a indignação dos funcionários e Sindicato dos Bancários do Piauí por conta da forma como foi tratado o assunto, sem qualquer tipo de consulta.

O diretor Carlos Augusto abriu os discursos, pedindo desculpas aos clientes por conta da suspensão do atendimento por duas horas, mas ressaltou a necessidade deste tipo de manifestação.

O diretor Gilberto Mendes falou da importância de defender o BNB como banco de desenvolvimento, pois entende que se mudar a função para banco de varejo, possa deixar de exercer seu papel de gestor de desenvolvimento do Nordeste, atuando como financiador de projetos na área social, como é o caso do Microcrédito/Pronab/FNE. “Não temos estrutura para banco de varejo, até porque temos carência de pessoal nas agências, excesso de carga horária, não pagamento de horas-extras e assédio moral”, relata.

A presidente da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), Rita Josino, destacou a permanência da luta categoria no dia a dia. “A mobilização contra a reestruturação no BNB é uma forma de mostrar a nossa insatisfação, pois esse processo está adoecendo os funcionários enquanto aguardamos as decisões do banco. Queremos um plano, mas que traga melhorias e defendemos uma política de valorização dos trabalhadores e não desmotivação”, pondera.

Para o diretor Raimundo Carvalho, “a reestruturação só trouxe frustração e está humilhando e desrespeitando os funcionários, sendo este o momento adequado para nos manifestarmos e tornar público nossa indignação contra a postura do BNB”, acrescenta.

Fazendo uma retrospectiva das manifestação que levaram milhares de brasileiros às ruas para protestarem contra falta de segurança, educação, saúde, e pela redução de tarifas, dentre outros pontos, o diretor João Neto deu ênfase a necessidade da paralisação no BNB, conclamando a participação dos bancários nesse momento. “A reestruturação só serve para penalizar e prejudicar os trabalhadores do sistema financeiro”.

O presidente eleito do SEEBF/PI, Arimatea Passos, reiterou a posição da maioria sobre os prejuízos causados pela reestruturação imposta pelo BNB. “É preciso participar cada vez mais das manifestações. Precisamos nos unir e atuar com justiça e dignidade, mas ao mesmo tempo mostrando a nossa indignação diante da forma como o banco tratou este assunto”, observa o sindicalista.

Após as falações, os sindicalistas foram chamados para uma reunião na própria agência do BNB, como nova superintendente do banco do Piauí, Nivia Galindo, para discutir os rumos dessa reestruturação.

O diretor de Comunicação e Cultura da AFBNB, Dorisval de Lima, criticou a postura do banco que não ouviu os funcionários sobre o processo de reestruturação. “Cobramos harmonia nas relações internas e uma ampla discussão do assunto, pois a luta é soberana e necessária”, pondera.

Arimatea Passos defendeu a realocação dos funcionários nos quadros do banco, mas sem qualquer tipo de prejuízo financeiro.

O diretor Gilberto Mendes voltou a defender uma forma mais humana para tratar deste processo, de forma que não traga transtornos aos funcionários.

Após ouvir atentamente todas as demandas, Nivia Galindo fez um breve esclarecimento sobre como chegou ao Piauí e já encontrou o processo de reestruturação em andamento, mas deixou claro seu interesse e esforço de ajustar como for possível a situação dos funcionários pendentes. “Queremos avançar e chegar a um consenso”, comenta ela, mencionando que vai estar aberta ao diálogo, seja com sindicalistas, representantes da AFBNB ou até mesmo os funcionários que estejam se sentindo injustiçados.

“Não é discurso, mas tenho interesse que estes funcionários sejam realocados nos quadros do banco, pois sei que todos devem ser tratados com o máximo de respeito”, falou a superintendente.

Para finalizar, João Neto defendeu um tratamento mais humano por parte do banco para com seus funcionários. E Arimatea reforçou que o Sindicato vai continuar atento e acompanhando de perto os desdobramentos do processo de reestruturação do BNB.