Os trabalhadores do BNB em Fortaleza (Passaré) foram surpreendidos na última terça-feira (dia 9) com mensagem da Superintendência de Logística comunicando que a partir de agosto “serão descontinuados os serviços de transporte Ponto a Ponto, em decorrência do encerramento do contrato”.
Para a AFBNB, a medida é um retrocesso e vai na contramão da luta que ocorre no pais, pelo passe livre e pelo uso do transporte coletivo de qualidade como forma de promover a mobilidade urbana. Além disso, o fato torna-se mais grave por se direcionar a trabalhadores que, apesar da dedicação e do empenho nas atividades do Banco, se veem constantemente desprestigiados pela Direção do BNB, a qual não responde a demandas antigas (passivos, falta de isonomia, problemas previdenciários, não revisão do plano de cargos, fim do trabalho gratuito, fim das terceirizações, convocação dos concursados etc), desestimulando o trabalhador e consequentemente enfraquecendo a instituição.
Se a justificativa é o fim do contrato, que faça outro. O serviço, que foi formalizado há décadas e que vigora até os dias de hoje, certamente foi renovado diversas vezes. Contratos lesivos ao Banco e à sociedade é que devem ser extintos. Se a justificativa é redução de custos, não se aplica. Certamente não é o custo do ponto a ponto que prejudica as contas do Banco. Tal zelo deveria se aplicar a medidas que geram superestruturas e diferenciações entre seus trabalhadores, quando, por exemplo, propõe reajuste exorbitante na remuneração dos seus administradores, ou eleva o valor das funções de apenas um ou outro segmento em detrimento da coletividade, ou ainda quando houve a renovação de contratos de prestadoras de serviços que não honraram com as obrigações trabalhistas, como exemplo de terceirizadas que prestam serviço ao Banco.
Mais uma vez os trabalhadores do Banco são submetidos a tratamento no mínimo equivocado, pagando a conta sabe-se lá de quê. Para a Associação, é lamentável que a gestão do BNB insista em não consultar seu corpo funcional sobre questões inerentes a ele, e que a “surpresa” no final seja sempre desagradável. Não basta o discurso de que “todos devem ser gestores de pessoas” se a prática é outra. O que se espera de uma administração pública é o exercício da gestão de pessoas por parte de seus agentes, o que implica respeito, diálogo e transparência na relação de trabalho.
A AFBNB encaminhou ontem (10) ofício ao Banco questionando a medida e cobrando sua reversão. Na oportunidade ratificou a luta da entidade que é pela ampliação de direitos e não por medidas que penalizem os trabalhadores!
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