Quando anunciou a revisão organizacional, a chamada reestruturação da Direção Geral, o Banco vendeu a ideia de que seria para melhorar as relações de trabalho, aperfeiçoar os processos e valorizar os funcionários. Mas ao implementar, o desenrolar não tem sido satisfatório para os trabalhadores, piorando as relações de trabalho na instituição e, por consequência, não contribuindo para a otimização dos processos.
Segundo relato de funcionários, o processo de reestruturação tem refletido em piora nas condições das agências, principalmente as distantes dos grandes centros. Para completar o quadro negativo aos trabalhadores, o cenário de estiagem em boa parte do Nordeste tem contribuído também para o aumento abusivo do volume de trabalho. E o que é pior: extrapolação da jornada sem pagamento nenhum das horas-extras. “Em 34 anos de Banco, nunca tive tanto volume de serviço para dar conta. O trabalho triplicou”, queixa-se um funcionário. Quanto ao não pagamento das horas-extras trabalhadas, mais um desabafo desesperado: “Temos de trabalhar de graça? É isso o que o Banco quer para seus funcionários”? Se não, está passando da hora de rever seus conceitos, alerta a AFBNB.
A carga excessiva de trabalho tem gerado atritos entre os trabalhadores, piorando as relações de trabalho. A lógica é sempre a mesma: diretoria do Banco estão pressiona os superintendentes, que pressionam os gestores, que pressionam os funcionários nas agências. Não precisa nem dizer onde a corda arrebenta, ou seja, onde o volume de trabalho vai ser intensificado, não é? Também não é preciso falar das consequências. O adoecimento, sem dúvida, é uma delas.
Especificamente em relação ao processo de reestruturação, muitas queixas têm chegado à AFBNB. “Já vi esse filme antes e o final não foi feliz”, disse um funcionário, numa clara alusão à revisão organizacional que foi implementada pela gestão Byron Queiroz. Segundo ele, há desrespeitos aos funcionários. “O Banco está mexendo em tudo, tirando comissões das pessoas, deslocando-as de unidade, num total desrespeito às suas histórias na instituição”, desabafa.
Para a AFBNB, o momento não é de silêncio! Ao que parece, reuniões com a diretoria do Banco e matérias denunciando abusos não têm se refletido em mudanças de atitudes. É preciso mais. Mais ação: das entidades e dos trabalhadores. Se o diálogo não está sendo satisfatório, deve-se pensar em outras estratégias, que possam ser mais eficientes e façam o Banco sentir verdadeiramente a insatisfação dos trabalhadores. Greves? Manifestações e paralisações como fazem hoje milhões de brasileiros em todo o país? Com a palavra, os funcionários. Estejam certos de que a AFBNB vai estar sempre do lado dos trabalhadores!
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