Uma enorme ameaça aos direitos trabalhistas tramita atualmente na Câmara dos Deputados. O projeto de lei 4.330 depõe os limites para a terceirização, permitindo-a até nas atividades-fim da empresa.
De autoria do deputado e empresário Sandro Mabel (PMDB-GO), o projeto aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O perigo que a terceirização representa para a economia nacional tem sido uma das principais preocupações dos trabalhadores, inclusive dos bancários.
A categoria é uma das que mais perde emprego com a terceirização. Os números mostram. Nos anos 1980, os bancários chegavam a 1 milhão em todo o país. Três décadas depois, somavam 497 mil, segundo Ministério do Trabalho e Emprego. Enquanto o índice de funcionários do setor financeiro foi reduzido pela metade, os bancos cresceram.
De 2000 a 2011, o número de contas correntes aumentou 136%, passando de 63,7 milhões para 150,1 milhões. No mesmo período, as operações de crédito nos principais bancos cresceram 833,68%, saltando de R$ 147,8 bilhões para R$ 1,379 trilhão, e os lucros, que em 2001 eram R$ 4,2 bilhões passaram para R$ 52,2 bilhões em 2011, salto de 520,6%. Nesse cenário, o número de empregos no setor cresceu somente 26%.
Isso significa que, para dar conta da demanda, há terceirizados fazendo o trabalho antes feito por bancários. São trabalhadores que ganham menos, têm jornadas maiores e não gozam dos mesmos direitos. Um absurdo.
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