A transformação das agências bancárias em balcões de vendas, impulsionadas por altas tecnologias e venda de produtos, tem reduzido de forma brusca o número de funcionários nas unidades. O fato acentua a cobrança por metas, o assédio moral e ainda faz da categoria uma das mais acometidas por doença ocupacional.
Por isso, o combate à prática e o fim das metas é uma das principais bandeiras relacionadas à saúde do trabalhador nas campanhas salariais dos bancários nos últimos anos.
Segundo estatísticas da Previdência Social, a categoria lidera o ranking das doenças de origem musculoesqueléticas (LER/Dort) e outras lesões por esforços repetitivos. Os bancários também estão entre os que são mais acometidos com as doenças relacionadas ao sofrimento mental.
De acordo com a pesquisadora e médica do trabalho, Margarida Barreto, as políticas de metas são pensadas e analisadas pelos superiores de forma autoritária, unilateral e inatingível.
Na avaliação da médica, a meta é um desafio no que diz respeito a todos os trabalhadores e não somente aqueles que têm o problema manifestado. “O assédio moral faz parte da organização coletiva. Não podemos cair na indiferença com quem está ao nosso lado. Quando isso acontece, se banaliza e se caminha para a barbárie”, ressalta.
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