Banco responde perguntas da AFBNB sobre a reestruturação

Confira abaixo as respostas do Banco do Nordeste do Brasil às perguntas que tinham sido enviados via ofício (AFBNB 2013/066), em 22 de abril de 2013, sobre a reestruturação, com base em dúvidas e sugestões dos funcionários. As respostas, na visão da AFBNB, não foram convincentes. 

Veja as perguntas e suas respectivas respostas:

AFBNB: A diretoria comenta, agora, que a reestruturação tem como referencial o viés desenvolvimentista do Banco. Porém, para a AFBNB, tanto política quanto tecnicamente, está havendo uma redução da força e da valorização desse componente fundamental para um banco de desenvolvimento regional. Que pontos indicam isso, tanto no aspecto conceitual, de política, quanto de estrutura?

Resposta: Quanto ao viés desenvolvimentista, o fato da estrutura ampliar o escopo da atuação da Diretoria de Desenvolvimento para abranger a Superintendência de Produtos e de Serviços Bancários, indica que os produtos e serviços do Banco devem ser formatados considerando sempre a ótica do desenvolvimento sustentável.

AFBNB: A diretoria tem reforçado a mensagem de que uma maior celeridade no processo de crédito fortalece a ação desenvolvimentista do Banco. Mas a ação desenvolvimentista não depende de ter-se políticas de desenvolvimento fortalecidas? Que pontos indicam isso na reestruturação?

Resposta: Considerando que a maior e mais forte atuação do Banco como banco de desenvolvimento é o apoio creditício, desde o microcrédito até o crédito às empresas para infraestrutura, é crucial que essa ação seja suportada por processos de crédito ágeis. A nova estrutura reorganiza o processo de concessão de crédito adotando o conceito de esteiras de crédito.

AFBNB: A diretoria tem destacado que a reestruturação está alinhada com o programa estratégico do Banco. No entanto, sendo o maior referencial do Banco, o que o sustenta politicamente, a sua ação desenvolvimentista por meio de políticas de desenvolvimento que são cobradas pelos órgãos de controle e sociedade, que pontos na reestruturação priorizam esse referencial?

Resposta: No Planejamento Estratégico, a perspectiva institucional e financeira coloca em primeiro nível a ação desenvolvimentista regional sustentável com posicionamento estratégico, cujos objetivos estratégicos focalizam a ampliação da participação do Banco em programas governamentais, do volume de crédito em relação ao PIB da Região, apoiando empreendimentos sustentáveis e contribuindo para a geração de empregos no Nordeste. Quando a estrutura do Banco amplia o escopo da Diretoria responsável por tais objetivos, incluindo uma atuação mais forte nas definições dos produtos e serviços a serem oferecidos aos clientes, fortalece a ação desenvolvimentista do Banco. Quando o Banco inclui na estrutura uma melhoria no seu processo de crédito, oferece condições para ampliar o volume de crédito em relação ao PIB da Região.

AFBNB: Uma reestruturação tem que ser feita tendo um determinado referencial, o que, em função da missão do Banco, passa pelo cumprimento de sua missão e das diretrizes de seu maior funding, o FNE. Os critérios para se definir a estrutura da Direção Geral têm que ser objetivos e convalidar as prioridades, haja vista a composição dessa nova configuração. Por que se aponta para a definição de quantitativos sem ter-se ainda objetivamente caracterizado as atividades, as complexidades e as prioridades dentro do foco de desenvolvimento do Banco, assim como o processo de acesso e movimentação dos funcionários?

Resposta: A revisão da estrutura da Direção Geral foi realizada tendo como referencial a missão do Banco, ou seja, “Atuar na promoção do desenvolvimento regional sustentável, como banco público competitivo e rentável”. A nova estrutura foi definida a partir das atividades desenvolvidas pelo Banco, de modo que a sua reorganização tornasse mais eficientes e ágeis seus processos. Portanto, os quantitativos de unidades administrativas e de pessoas em cada unidade foram definidos tecnicamente em função dos processos, das atividades, da interação entre processos e da amplitude de comando necessários ao bom andamento dos negócios e do atendimento à rede de agências pela Direção Geral.

AFBNB: Por que há Áreas que foram extintas e Ambientes que viraram células, com possível redução de quantitativos, e ao mesmo tempo estas estruturas estão recebendo mais atividades e maiores responsabilidades, diferentemente do que ocorre em outras áreas? Quais, de fato, são os critérios para a recomposição/composição de Áreas/Ambientes/Células?

Resposta: A nova estrutura foi construída a partir de estudos técnicos, que levaram em conta as atividades relacionadas a cada um dos processos e o quantitativo de pessoas necessário para a realização das atividades. Foram considerados, também, os níveis de subordinação de unidades, a complexidade das atividades desenvolvidas por cada unidade e a amplitude de comando das unidades. Portanto, a definição de quantitativos e a distribuição das atividades e responsabilidades nas unidades foram realizadas por critérios técnicos, com o objetivo de otimizar a estrutura, dando maior fluidez, leveza e agilidade aos processos, para facilitar o fluxo de informação e a tomada de decisão e visando à eficiência operacional.

AFBNB: Como o Banco justifica a abertura de várias concorrências em meio às mudanças que ainda estão ocorrendo resultantes da reestruturação? O processo não deveria estar consolidado para só então abri-las?

Resposta: Os processos de concorrência interna foram suspensos durante os trabalhos da Revisão da Estrutura, mantendo-se os que já haviam sido autorizados/iniciados.

AFBNB: As alterações no plano de funções especificamente para duas funções (assessor de diretoria e assessor executivo da presidência) têm a ver com o processo de reestruturação em curso? Se sim, por que a alteração apenas em duas funções quando o plano apresenta inúmeras incoerências, como funções diferenciadas na Direção Geral e em agências e entre os gerentes de negócios, ficando os gerentes de negócios pronaf prejudicados?

Resposta: A alteração no Plano de Funções não foi objeto da Revisão da Estrutura da Direção Geral.

AFBNB: Nesse processo, o que está previsto para a melhoria da qualidade das condições de trabalho nas agências, hoje, em sua grande maioria, com menos trabalhadores do que o necessário, problemas de infraestrutura e de tecnologia?

Resposta: Na revisão da estrutura, a implantação das esteiras de crédito melhora as condições de trabalho das agências, na medida em que irá proporcionar uma maior agilidade no processo de concessão de crédito. Além disso, uma reorganização e uma melhoria da estrutura da Direção Geral, com a definição de uma única Superintendência para ter interlocução com as Superintendências Estaduais, no que diz respeito ao suporte e acompanhamento dos negócios, facilitará o trabalho da rede de agências. Especificamente com relação à melhoria da qualidade das condições de trabalho dos empregados lotados nas agências, vale destacar que a abertura de novas agências permite reduzir a amplitude da jurisdição das unidades com a consequente redução do volume de trabalho e deslocamentos dos empregados no relacionamento com clientes e prospecção de negócios.

AFBNB: Em relação à ida da área de Políticas para o ETENE, há informação de que os funcionários estão recebendo mais atividades e sem indicação de contrapartida de estrutura. A questão é: como vão fazer indicação de quantitativos sem definir as atribuições, suas complexidades e prioridades?

Resposta: A revisão da estrutura da Direção Geral foi realizada tendo como referencial a missão do Banco, ou seja, “Atuar na promoção do desenvolvimento regional sustentável, como banco público competitivo e rentável”.A nova estrutura foi definida a partir das atividades desenvolvidas pelo Banco, de modo que a sua reorganização tornasse mais eficientes e ágeis seus processos. Portanto, os quantitativos de unidades administrativas e de pessoas em cada unidade foram definidos tecnicamente em função dos processos, das atividades, da interação entre processos e da amplitude de comando necessários ao bom andamento dos negócios e do atendimento à rede de agências pela Direção Geral.

AFBNB: A reestruturação como está sendo implementada envolve a extinção da Área de Desenvolvimento e de seus Ambientes. No caso do Ambiente de Políticas de Financiamento, suas atuais atribuições estão sendo transferidas para apenas uma Célula, como também estão sendo incorporadas novas atribuições, associadas às políticas de financiamento de outras fontes de recursos, notadamente FDNE e BNDES.  Ao mesmo tempo, a equipe do Ambiente, agora Célula, está sendo reduzida. Do ponto de vista técnico, essas modificações deverão ser analisadas objetivando não comprometer a força de trabalho, alcance das ações e qualidade e profundidade dos retornos da equipe, uma vez que a mesma ficará sobrecarregada com diversas atribuições, ao mesmo tempo em que ficará com poder de articulação reduzido, sobretudo com relação aos  tomadores de decisão de entidades externas relacionadas às fontes de recursos operacionalizadas pelo Banco, devido à diminuição de seu corpo de gestores (tomadores de decisão). Tais modificações também não poderão levar a uma fragilização da sintonia das ações do Banco com as Políticas e Planos de Desenvolvimento pensados estrategicamente para a Região? Isso não poderia acarretar prejuízos maiores no médio e longo prazos, inclusive sobre a ação desenvolvimentista do Banco, sua razão de ser?

Resposta: A definição dos níveis hierárquicos, das atribuições e da amplitude de comando, na revisão da estrutura levou em consideração critérios técnicos de modo que a força de trabalho, o poder de articulação e o quantitativo de gestores, sejam os apropriados para o cumprimento da missão e dos objetivos estratégicos do Banco. A junção da Área (Superintendência) de Políticas com o ETENE veio nos sentido de fortalecer a ação desenvolvimentista do Banco, na medida em que amplia a visibilidade do ETENE, que é a mais importante referência do Banco como promotor do desenvolvimento na Região, aliando à sua atuação em estudos, pesquisas e avaliações, a ação mais próxima e articulada na formatação de políticas de financiamento, desenvolvimento territorial e responsabilidade socioambiental.

AFBNB: Dentre as medidas da reestruturação, o Banco anunciou a criação de um Banco de Sucessão, o que é louvável pelo fato da instituição estar pensado a longo prazo. Quais as medidas que o Banco está tomando tendo em vista o retorno/restabelecimento da dignidade previdenciária de seus trabalhadores?

Resposta: A questão previdenciária dos empregados não foi objeto da revisão da estrutura da Direção Geral.

AFBNB: Os funcionários do Banco estão ansiosos pela reestruturação há muito tempo, porque consideram-na necessária para readequar rumos e fortalecer o Banco. No entanto, a história do BNB tem mostrado que as reestruturações já implementadas ficam inacabadas e a prática termina se desvirtuando, ficando o processo desacreditado ou com repercussões negativas para os trabalhadores. Até que ponto está sendo discutido com as entidades representativas dos trabalhadores garantias para que os ônus dessas questões gerenciais do banco não recaiam sobre os trabalhadores e como o processo de reestruturação trabalhará a questão motivacional dos funcionários?

Resposta: A ansiedade dos empregados pela reestruturação, porque a consideram necessária para readequar rumos e fortalecer o Banco, foi comprovada pela pesquisa realizada pelo Grupo de Trabalho, onde, por exemplo, 95,1% dos empregados lotados nas agências e 82,3% dos lotados nas unidades da Direção Geral, que responderam a pesquisa, concordaram que “deveria haver na Dirge uma menor quantidade de Áreas (Superintendências), Ambientes e Células”. Assim, entende-se que a revisão veio para atender o anseio do próprio corpo de empregados do Banco. A questão motivacional dos empregados está diretamente ligada à crença de que as medidas tomadas não ficarão inacabadas e que não serão desvirtuadas na prática. Portanto, é importante o apoio dos empregados e de suas entidades representativas na implantação das medidas que eram desejadas por todos.