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Notícias

  07/05/2013 

Assalto no BNB: Considerações sobre violência no Brasil

(Foto: Cíntia Barenho/Centro de Estudos Ambientais)

Mais um caso de assalto numa agência do BNB. As vítimas dessa vez são funcionários e clientes de Mundo Novo (BA). Um funcionário do Agroamigo, atingido na troca de tiros entre policiais e assaltantes, encontra-se seriamente ferido na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital da região.

Os problemas com assalto às agências bancárias são recorrentes em todo o Brasil, mas principalmente em regiões do interior, onde o efetivo policial costuma ser reduzido, quase inexiste. O BNB não é exceção à regra. Cabe ao Banco dar condições infraestruturais, tecnológicas e físico-psicológicas de trabalho aos seus funcionários, o que, como se sabe, mormente nas agências do interior, é uma questão que ainda está muito aquém do ideal na instituição.

Nesse momento de trauma e terror, o Banco tem o dever de prestar ampla assistência psicológica e de saúde a todos os funcionários da agência. Tem também a obrigação de só retomar as atividades normais da unidade quando os órgãos de segurança pública garantirem, com ações efetivas, a integridade física de trabalhadores e clientes.

A AFBNB se solidariza ao tempo em que se coloca à disposição dos funcionários da agência de Mundo Novo para auxiliá-los no que for necessário. A Associação cobrará, junto às esferas institucionais competentes, as medidas de responsabilidade do Banco do Nordeste, citadas acima.

O momento é também de reflexão. Vale sublinhar que segurança pública é responsabilidade do Estado, não dos bancos. Porém, o Estado brasileiro (e aí incluídas as unidades federativas) falha na sua obrigação constitucional de dar segurança aos seus cidadãos porque ainda há um fosso de desigualdade e exclusão social no país. Fica evidente que a violência que recrudesce substancialmente em todo o Brasil é reflexo direto da disparidade sócio-econômica que historicamente perdura no país.

Por oportuno, nestes momentos em que se presenciam trabalhadores sendo vitimados por uma violência que não foi gerada por eles, é importante refletir sobre o tema com um olhar mais profundo e coletivo.

O que causa essa guerra fratricida, essa violência desenfreada entre explorados (de um lado, os explorados “legais” juridicamente, trabalhadores formais que vendem sua força de trabalho por muito menos do que ela realmente vale (relação trabalho/capital; mais-valia); de um outro, os “ilegais”, que foram explorados desde sempre, não tiveram oportunidades, foram alijados dos processos sociais e, portanto, facilmente seduzidos pelas “benesses” do crime) está na gênese do capitalismo, um sistema excludente e causador da violência por si só.

A paz social que tanto se almeja não virá enquanto se viver sob as rédeas e agruras de um modelo sócio-econômico que estimula o consumismo de todos ao mesmo tempo em que privilegia poucos em detrimento da maioria.

Portanto, sempre que se observar a violência que toma de assalto as cidades brasileiras, além de soluções paliativas (aumento de contingente e da aparelhagem policial, instalação de equipamentos tecnológicos de vigilância, captura e detenção dos agentes do crime, etc.) às consequências (sequestros, assaltos, roubos a bancos, homicídios, saidinhas bancárias, etc.), é extremamente necessário que se analise as causas que dão origem a essas ações violentas, a realidade e o sistema que as produzem. Se nada for feito no sentido de combatê-los e de propor uma mudança de rumo, qualquer iniciativa nesse sentido não passará de arremedo maquiado ou coisa que o valha.

Fonte: AFBNB
Última atualização: 07/05/2013 às 18:22:51
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