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Dia do Trabalhador: AFBNB congratula bancários do BNB e chama à reflexão

Imagem: Outraspalavras.net

“Trabalhadores do mundo todo, uni-vos”!

 Karl Marx e Friederich Engels

Manifesto comunista - 1848

Chegamos a mais um 1º de maio, dia dedicado internacionalmente ao Trabalhador. Mais do que festejar com júbilo a data, é necessário que se reflita sobre as condições atuais da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

De antemão, é importante sublinhar que, dentro do atual modo abundante de produção e consumo, a liberdade da classe trabalhadora torna-se, cada vez mais, um horizonte que sempre se distancia a cada aproximação, algo inalcançável dentro desse modus operandi puramente economicista do deus-mercado.

Com a mais recente crise do sistema capitalista, que vem se aprofundando desde 2008, quando estourou nos Estados Unidos, até o atual momento de colapso econômico na Europa, fundamentalmente em países centrais daquele continente e do sistema, a situação da classe trabalhadora tem sido precarizada aceleradamente. Menos direitos e mais deveres, menores salários, mais horas trabalhadas, mais exploração, mais desemprego! 

A lógica é extremamente perversa e, por consequência, inversa: salvam bancos e grandes grupos econômicos da bancarrota – os responsáveis pela atual crise do sistema - e condenam à indignidade, ao arrocho salarial, à redução de direitos históricos e ao desemprego milhões de pessoas no mundo todo. Lógico: para o modo de produção baseado no dinheiro e na exploração do trabalhador (mais-valia), bancos e demais empresas são mais importantes que gente!

Na maioria das vezes sem sequer perceber, os trabalhadores do mundo todo estão atrelados a um modus vivendi cíclico, exaustivamente repetitivo e alienante, profundamente nocivo à essência humana coletiva, gregária: trabalhar, consumir, assistir à televisão (que reproduz as representações sociais, os valores e os padrões dessa sociedade do espetáculo, da abundância, do deus-mercado) e dormir. Bilhões (sim, bilhões!) de cidadãos em todo o mundo, hoje, repetem esse “modo de vida” diariamente.

Essa é a liberdade que o capitalismo tem a oferecer para os trabalhadores. A liberdade de escolher entre que produto comprar dentro da abundância de mercadorias em um shopping center e a liberdade de escolher o canal que se quer assistir na televisão (quando, majoritariamente, todos têm o mesmo discurso padronizado). No atual modo de produção e consumo, o ser humano não está condenado à liberdade, como disse Sartre, mas à falta dela. A liberdade “sartriana”, intrínseca a cada um, é rotineiramente saqueada pelos ditames do capital, com seus jogos de sedução e fetichismo. 

Diante desse quadro, de inversão completa dos valores para uma sociedade justa, humana, de homens e mulheres livres, cabe à classe trabalhadora tomar a dianteira, ser protagonista do seu destino e vanguarda por um processo emancipatório de desconstrução do modelo político-econômico-financeiro que está (im)posto.

Não cabe esperar que esse movimento surja do patronato, nem de “iluminados” que muitas das vezes se ultrajam de representantes e lideranças do povo, mas passam a reproduzir os males do sistema. Seria ingenuidade e resignação. À elite burguesa, interessa tão somente aprisionar os trabalhadores nessa jaula invisível – mas muito real - do consumismo de frivolidades, de aparências.

Neste Dia do Trabalhador, a AFBNB deseja a todos os trabalhadores do Banco do Nordeste do Brasil muita luta, hoje e sempre!