Os cadernos de economia dos jornais de hoje estampam a notícia do aumento do lucro do Banco do Nordeste do Brasil, que cresceu 61,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando R$ 508,5 milhões em 2012. As matérias destacam os créditos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE – principal funding do Banco), com o qual contratou R$ 11,9 bilhões, distribuídos em 510 mil operações de crédito. Ao todo, o BNB injetou mais de R$ 22 bilhões em sua área de atuação no ano passado, cerca de R$ 1 bilhão a mais do que no exercício anterior.
Sem dúvida, são notícias alvissareiras, sobretudo se considerarmos que 2012 foi um ano conturbado para a instituição, haja vista denúncias que resultaram na mudança da administração.
Isso só reforça a compreensão de que os principais responsáveis pelos resultados do Banco são seus trabalhadores. Podem passar gestões, diretorias, presidentes, mas estes bravos funcionários e funcionárias permanecem em seus postos, fazendo o possível e o impossível para desenvolver bem suas atividades, embora cansados e fatigados com o excesso de trabalho e a falta de condições adequadas, sobretudo nas agências.
Sem dúvida o direcionamento estratégico dos que ocupam o alto escalão é importante, mas de nada valeria não fossem as mentes e as mãos de quem está na ponta, no contato com os clientes, na realização de negócios, no acompanhamento e na recuperação do crédito, sob todos os riscos peculiares à atividade bancária.
Por isso, em um momento de celebração como este, é mais do que necessário que se concretizem ações voltadas à valorização dos trabalhadores do BNB, como remuneração compatível a um banco de desenvolvimento (com revisão do Plano de Cargos e Remuneração e Plano de Funções); resolução dos problemas de infraestrutura das agências; convocação imediata dos aprovados no último concurso para suprir a carência de mão de obra; respeito à carga horária; isonomia de tratamento; dignidade previdenciária; meritocracia; atenção especial à saúde; quitação de todos os passivos trabalhistas, em suma, respeito a quem faz os resultados e o próprio Banco.
Outra medida defendida pela AFBNB é o pagamento linear dos valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A reivindicação é antiga, justa e merece ser analisada como prioridade. Se não o foi em anos anteriores, que seja neste! Os motivos já estão descritos acima: se são os trabalhadores os responsáveis por preparar o bolo, por que têm de receber a menor fatia? Afinal, se a pressão por metas é linear, feita sem distinção, para todos, a distribuição também deve ser assim.
A AFBNB continuará lutando pela valorização dos trabalhadores do Banco, aos quais hoje saúda com especial atenção. Este resultado é o fruto do trabalho de vocês!
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