Cinco pessoas morreram em crimes decorrentes de ações contra bancos ano passado, no Ceará, segundo levantamento divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O número deixou o Ceará em quarta posição no ranking de estados com mortes relacionadas a crimes ligados a instituições financeiras.
Em 2011, o Ceará registrara uma morte. O salto para cinco casos ano passado representa variação de 400%. Os números divulgados pela Contraf-CUT não incluem casos de assaltantes mortos em conflitos com a Polícia.
A pesquisa revelou que, em todo o País, foram contabilizadas 57 mortes em ações envolvendo bancos. A principal ocorrência (53%) foi o crime de “saidinha” bancária, que provocou 30 mortes. A maioria das vítimas (58%) foi clientes (33), seguido de vigilantes (9) e policiais (6). Dois bancários morreram.
Para Jânia Perla Aquino, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisadora do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), as estatísticas assustam. “Uma das características que envolvem assaltos a banco era a pouca quantidade ou inexistência de mortes. É uma modalidade de crime em que havia penas menores para os assaltantes exatamente por isso”, detalha.
Jânia pede atenção das instituições financeiras e do poder público. “Não se trata só de uma questão de prejuízo, de perda de dinheiro, mas também de risco para as vítimas”, diz.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, por meio da assessoria, que prefere não comentar os dados porque não fez uma análise mais detalhada da pesquisa. Ano passado, 122 pessoas foram presas no Ceará por envolvimento em ações contra bancos, caixas eletrônicos e carros-fortes, de acordo com o delegado Romério Almeida, titular da Delegacia de Roubos e Furtos. Este ano, três pessoas já foram presas.
ENTENDA A NOTÍCIA
Em relação a 2011, número de mortos no Ceará em crimes ligados à rede bancária aumentou 400%. Para especialista, dado é preocupante e pede mais atenção do poder público e instituições financeiras.
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