A medida de aumento arbitrário cola muito bem a essa lógica de mercado que diretores e altos executivos devem ganhar bem porque é essa minoria que controla e fiscaliza o trabalho da imensa maioria dos trabalhadores, que além de ganharem pouco pela mesma lógica, não podem se manifestar e lutar, sob pena de perseguição e demissão.
No entanto, é lamentável que o governo Dilma aja assim e permita que seus prepostos se coloquem dessa forma. O BNB tem uma missão pública e nesse propósito é bom que tenha salários relativamente próximos – nada de excrescências, de modo que a estrutura organizacional seja saudável, inclusive para que todos se sintam responsáveis pelos recursos públicos disponíveis, com estabilidade e razoável autonomia.
Deveria existir algum normativo que proibisse o desnível absurdo de salários dos gestores dos altos cargos das estatais dos demais trabalhadores. Tomando como exemplo o BNB, há uma série de pendências históricas e irregularidades dentro do Banco que, no mínimo, eticamente, impossibilita aumentos desse porte.
Outra questão é o caráter de serviço público do BNB. É inaceitável que a esfera pública se utilize do dinheiro publico para engordar os bolsos de quem se acha “bola de cristal” das finanças. Isso é um desvio conceitual porque servir ao país, e especificamente aqui, a uma região pobre, requer pessoas desprovidas de interesses umbilicais e tenham como missão o crescimento coletivo.
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