A primeira chacina em São Paulo deixou sete pessoas mortas e duas feridas na última sexta-feira (4). Entre os mortos, segundo relatos de vizinhos, estaria o autor do vídeo em que policiais da PM de SP aparecem atirando no servente Paulo Batista do Nascimento, no bairro do Campo Limpo. A chacina ocorreu em um bar próximo ao local em que foi gravado o vídeo.
A informação de que o autor do vídeo estaria entre as vítimas da chacina chegou a ser confirmada por PMs e pelo delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Blazeck.
O músico Laércio Grimas, o DJ Lah, do grupo de rap Conexão do Morro, também está entre as vítimas.
Pessoas que estavam próximas ao local disseram que 14 pessoas desceram de um veículo e gritaram “polícia” e começaram a atirar. Os sobreviventes foram levados para hospitais da região, mas apenas dois resistiram aos ferimentos.
De acordo com testemunhas, a cena do crime foi alterada. Pessoas num corsa preto recolheram cápsulas que estavam próximas ao bar. Até o momento ninguém foi preso.
No ano passado, segundo a Polícia Civil, foram registradas 24 chacinas São Paulo, em que morreram ao menos 80 pessoas. Em apenas uma delas os responsáveis foram presos.
O único caso solucionado levou preso seis policiais acusados de matar três jovens em Poá na Grande São Paulo, no dia 26 de dezembro.
A CSP-Conlutas repudia essas mortes, que tem como alvo, em sua maioria, pessoas inocentes: trabalhadores e jovens negros da periferia.
Está evidente que houve represália por parte da polícia contra a testemunha, cujo vídeo levou preso cinco policiais, e também contra moradores que deram apoio a ela. Portanto exigimos que o caso seja devidamente apurado e que os culpados sejam exemplarmente punidos. Isso começa, em primeiro lugar, por demitir o comando da PM. Caso o governador Geraldo Alckmin não tome essas medidas de imediato, suas declarações na imprensa não passarão de conversa fiada para tentar enrolar a população.
O fato é gravíssimo. Não podemos deixar que mais esse assassinato caia no esquecimento e continue sem solução, a exemplo dos cometidos o ano passado com características parecidas.
Exigimos a apuração imediata desse crime absurdo. Não vamos permitir que o genocídio do povo da periferia continue impune.
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07/01/2013
