Campanha Salarial
Varela Cavalcanti
Secretário da Imprensa da CNB CUT
A busca da unidade da categoria bancária e construção do Ramo Financeiro, juntando sob a mesma representação os trabalhadores de todas as instituições financeiras - públicas e privadas - , é uma bandeira histórica da CUT e CNB. A mesa única é mais um passo numa caminhada que não findará súbito. Sabedores do que a mesa única significa - enquanto fortalecimento da categoria -, o patronato não se abre à idéia, enquanto o governo mantém silêncio constrangido que, esperamos, venha a ser rompido pela mobilização e o diálogo.
A bandeira da mesa única ajudou na mobilização dos bancários, em 2003, e o acordo celebrado com a Fenaban, ao se transformar em referência para os bancos públicos, possibilitou resultados que superaram os oito anos do governo FHC - mesmo no caso do BNB, cujo acordo ficou aquém do Banco do Brasil e Caixa. O registro de tal avanço não significa pleno contentamento com o mesmo, pelo contrário, significa que 2004 deve ser melhor. Significa, por exemplo, que as pendências que o banco disse estar interessado em resolver e que continuam como débitos da campanha passada, voltarão a ser cobradas.
Antecipar a Campanha Salarial significa nossa disposição ao diálogo, nosso entendimento de que a mobilização deve acontecer de imediato, nossa tentativa de romper com a camisa de força das ações concentradas no mês de setembro, nosso aceno de que não andaremos conforme o ritmo dos bancos, assim como fugir à desatenção que as eleições municipais causarão quanto a outros temas, na mídia e na população. Aliás, deixemos claro, negociação deve ser a toda hora, sempre que necessária, e, diante de tantas pendências dentro do BNB, quanto mais cedo a campanha, melhor, o banco precisa estar atento aos quereres do funcionalismo e sua disposição à conquista dos mesmos. O discurso do BNB de “estar mal das pernas”, divulgado entre os funcionários, é preventivo e paradoxal. Ele quer justificar, para o público interno, o descaso com as pendências e eventuais propostas insuficientes no futuro, enquanto para a sociedade o banco vai às mil maravilhas.
O que precisamos mesmo é de diálogo consistente e propostas decentes, assim como encaminhamentos que mostrem que o banco quer mesmo relações trabalhistas democráticas. O que implica em cada vez melhores condições de trabalho e salário, espaço para opiniões, justos critérios de promoção e acesso à carreira, PCC/PCS, retorno da licença-prêmio e folgas, etc. Enfim, esperamos que 2004 seja muito melhor que 2003. O fantasma de Byron Queiroz não serve como justificativa eterna para os nãos. A nova - já nem tão nova assim - diretoria continua devendo aos seus funcionários. Abertos ao diálogo, prontos para a luta, construamos um acordo. |